Três dias depois do recuo da campanha de Marina Silva (PSB) em propostas para a comunidade gay no programa de governo, o pastor Silas Malafaia, líder da igreja evangélica Assembleia de Deus Vitória em Cristo, anunciou nesta terça-feira (2) que apoia a candidata em um eventual segundo turno.

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"Claro que apoio Marina. Depois que o ativismo gay retirou apoio a ela, vou de cabeça [na chapa da candidata]", disse Malafaia, em referência às críticas internas e abandonos de militância coligada à pessebista após a mudança. No sábado (29), menos de um dia após a apresentação do programa, a coordenação da presidenciável eliminou ou alterou trechos em que ela se comprometia em articular com o Congresso a aprovação de matérias sobre o tema, como o casamento civil homoafetivo e a criminalização da homofobia. Inicialmente crítico, Malafaia afirmou que o plano de governo "melhorou muito" na segunda versão, mas ainda cumpre "a agenda do ativismo gay".

Agora ele diz que tentará derrubar pontos em que diverge, como a adoção de crianças por casais homoafetivos, "pela via democrática". "Você sabe que a gente não pode conquistar tudo de uma vez. Os pontos [do programa] que eu não concordo vou derrubar no Congresso", acrescentou.

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Questionado sobre quem ele apoiaria na possibilidade de um segundo turno sem Marina, o pastor riu. "Se for Dilma [Rousseff, PT] e Aécio [Neves, PSDB], se for Dilma e Everaldo [PSC], se for Dilma e Levy [Fidelix, PRTB], em qualquer caso eu vou ser contra o PT", disse. Aliado do pastor Everaldo no primeiro turno, ele acrescenta que apoia o candidato "porque é o mais ideologicamente parecido" com ele.

Após debate entre os concorrentes à Presidência nesta segunda-feira (1º), Dilma anunciou que defenderá a criminalização da homofobia. A Folha de S.Paulo revelou que a presidente também prepara um plano para desengavetar a Lei Geral das Religiões, que concede diversos benefícios a instituições religiosas, entre eles tributários. Malafaia chama as propostas de "hipocrisia".

"Ela anuncia que quer um descriminalizar a homofobia e logo depois acena para as igrejas? Dilma pensa que os evangélicos são idiotas, que os pastores são otários. Por que não fez isso 12 anos atrás?", questionou.

O pastor acrescentou ainda: "Não quero que Marina seja minha candidata, não. Quero que ela seja a candidata de todos. Os ativistas gays que quiserem defender suas propostas, que tratem de mandar representantes para o Congresso".

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