O deputado estadual Leonaldo Paranhos (PSC) conseguiu, por meio de uma decisão judicial, obrigar um usuário do Facebook a apagar a foto de um cavalete adulterado por pinturas. Na foto, o deputado aparecia sem camisa, com o peito tatuado. A intervenção no cavalete foi feita e exibida na internet pelo tatuador cascavelense Henrique Pochmann Oyarzabal.
Paranhos requereu à Justiça Eleitoral a retirada da foto e solicitou que o caso fosse julgado como crime eleitoral. O juiz-auxiliar Leonardo Castanho Mendes julgou a representação parcialmente procedente, solicitando a retirada do material do ar, sob pena de multa de R$ 10 mil. A denúncia de crime eleitoral não foi aceita.
Oyarzabal afirmou que mexeu na peça para fazer uma crítica ao sistema eleitoral e à falta de incentivo à cultura no Brasil. "Não quis ofendê-lo", disse, à reportagem da Gazeta do Povo.
O tatuador conta que, há cerca de duas semanas, publicou a imagem no Facebook, afirmando que finalmente uma obra de arte teria sido financiada pelo governo. Segundo ele, no mesmo dia, um representante da campanha do candidato foi a seu local de trabalho para apreender o cavalete.
Quatro dias depois, Oyarzabal foi notificado pela Justiça e retirou a foto do ar. Henrique afirmou que postou um pedido de desculpas ao candidato em seu perfil no Facebook.
Procurado pela reportagem, o deputado Paranhos afirmou que desconhecia a representação judicial e contou que a solicitação da exclusão do conteúdo partiu da coordenação jurídica de sua campanha. O objetivo foi inibir alterações em seu material de campanha.
De acordo com o deputado, alguns de seus materiais teriam sumido das ruas. "A preocupação não é com o material, mas, sim, se me colocam ao lado de alguma proposta que não defendo e isso vá parar nas redes", disse Paranhos.
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