Em mais uma manobra para impedir a reunião convocada para a tarde desta sexta-feira (15) pelo candidato ao governo do estado Roberto Requião (PMDB) que quer dissolver a comissão executiva estadual do partido , a comissão publicou, nesta manhã, um ato revogando a decisão que dava aos filiados o direito de manifestar apoio a candidatos de outros partidos, durante a campanha eleitoral.
O ato revogado era apontado pelo grupo de Requião como incitação de infidelidade partidária e motivava o pedido de dissolução da executiva composta por maioria de membros ligados a Beto Richa (PSDB).
Em comunicado enviado pela assessoria de Requião, já era dado como certo que a Executiva seria dissolvida e que uma comissão provisória seria eleita pelo diretório nesta tarde.
O advogado de Requião, Luiz Fernando Delazari, afirma que a reunião está mantida, mesmo com a revogação do ato. "Não perde o objeto [com a revogação do ato]. Estamos tratando de infidelidade partidária, estamos lidando com pessoas que trabalham contra o Requião, como o Orlando Pessuti [membro da Executiva]. Isso é só uma tentativa desesperada de esvaziar a reunião", afirma.
PMDB fecha as portas
Em outra manobra para driblar a reunião, o PMDB decidiu ontem que fecharia as portas até a próxima segunda-feira (18), em luto pela morte de Eduardo Campos (PSB). A decisão, porém, não foi seguida pelos outros diretórios no estado: nem o do PSB, partido de Campos, paralisou as atividades.
Como o prédio do PMDB estará fechado, a reunião de Requião acontecerá em frente à sede do partido, em Curitiba.
O jurídico do PMDB do Paraná entrou com representação no Conselho de Ética do partido, alegando que a atitude de Requião seria ilegal. De acordo com o grupo liderado pelo presidente Osmar Serraglio, o diretório não teria competência para dissolver a Executiva, o que só caberia ao diretório nacional.
Requião também entrou com o pedido de dissolução no diretório nacional, mas ainda não houve decisão.