Ao seguir a estratégia de se aproximar mais dos eleitores e adotar um tom mais emocional no diálogo direto, a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) relatou episódios pessoais de sua vida em entrevista a uma rádio comunitária de Paraisópolis, em São Paulo. O principal relato da ex-ministra foi do parto de sua primeira filha, Shalom, um episódio marcante que Marina já relatou em algumas ocasiões, mas pouco conhecido.
"Eu sei o que é entrar num hospital como indigente. Eu nunca me esqueço do que aconteceu na hora o nascimento da minha filha. Foi muito difícil, a minha pressão caiu, foi praticamente a zero e eu escutava uma voz que gritava 'bota força sua louca, senão você vai matar o seu filho'. Eu não conseguia abrir nem a minha pálpebra, mas a lágrima escorria no meu olho", relatou a candidata. A entrevista era acompanhada pelos ouvintes da comunidade e também por dezenas de pessoas que se aglomeravam na frente do prédio da emissora, em meio à favela, para escutar por meio das caixas de som ali instaladas.
Marina contou que foi socorrida pela irmã Constanza, que a acudiu naquele momento e realizou o parto a fórceps. A candidata continuou a história dando detalhes de que sua filha nascera "pretinha" e ela achara que era por ser parecida com a mãe, mas na verdade tinha sido só no momento do nascimento. Nesse tom intimista, Marina chegou a dar detalhes de que sua filha nasceu com um sinal vermelho, em alto relevo, nas costas, que serviu para identificá-la na primeira amamentação. "Elas diziam 'é a sua, é a sua' e eu tirei a roupa dela todinha, aí eu vi que tinha ainda algumas manchas nas costas e a minha sogra tinha um sinal vermelho entre os seios. O mesmo sinal, era um sinal em alto relevo, tem nas costas da minha filha, aí eu disse 'é a minha filha mesmo'."
A candidata do PSB arrematou dizendo que suas histórias mostram que ela passou por dificuldades e que tem origem semelhante à população pobre do País. "Eu sei o que é passar dificuldade. Tudo que eu digo não é apenas um discurso, é um compromisso de vida." Apesar das palavras e da linguagem estar adequada, o relato não chegou a se destacar para as pessoas que ouviam do lado de fora do prédio. Só receberam a mensagem aqueles que ouviam atentamente à entrevista, algo próximo a no máximo vinte pessoas.
Marina usou a história do parto e outras para reforçar sua proposta de "governar com o povo" e não "para o povo", em uma forma mais simples de explicar sua proposta de transitar de uma democracia representativa para um sistema mais participativo. Ela prometeu, no ar, que assumiria o compromisso de Eduardo Campos de voltar a Paraisópolis como primeiro compromisso público se eleita presidente da República. "Vamos voltar com nosso programa na mão", afirmou.
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