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Pela 1.ª vez, acidente vitima presidenciável durante campanha

Acidentes aéreos já tiraram a vida de outros políticos brasileiros, entre eles dois que passaram pela Presidência da República, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco e um ex-deputado e presidente da Câmara dos Deputados, Nereu Ramos. A lista inclui também o ex-pre­sidente da Câmara dos Deputados Ulysses Guimarães e o ex-governador do Rio de Janeiro Roberto Silveira. O acidente de ontem, que vitimou Eduardo Campos, foi o primeiro da história do país em que um candidato à Presidência morreu em plena campanha.

O marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, primeiro presidente do governo militar instaurado pelo Golpe de 1964, morreu pouco mais de dois meses depois de deixar o poder. O avião em que viajava colidiu com um jato, enquanto voava próximo da Base Aérea de Fortaleza. Era 19 de julho de 1967 e o país vivia os primeiros passos do segundo governo militar de seu sucessor, o general Arthur da Costa e Silva.

Nereu Ramos foi presidente interino durante três meses, entre o final de 1955 e o início de 1956, quando transferiu o cargo a Juscelino Kubitschek. Ramos morreu em 1958 numa queda de avião na sua cidade natal, São José dos Pinhais (PR).

O deputado José Carlos Martinez, do PTB-PR, morreu em 2003 quando o avião em que estava decolou de Curitiba e bateu em um morro antes de chegar a Navegantes (SC).

Agência Estado

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A morte de Eduardo Cam­­pos, ocorrida ontem, desde já pode ser colocada numa longa lista de perdas que, ao longo da história da República brasileira, foram responsáveis por causar mudanças na política nacional. No caso do falecimento de Campos, a possibilidade de mudança tem a ver com o curto prazo (com um novo cenário no quadro das eleições deste ano) e com o longo prazo (já que o ex-governador tinha potencial para disputar outras eleições futuramente).

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● Leia a cobertura completa da morte de Eduardo Campos

INFOGRÁFICO: Veja dez mortes de políticos que mudaram o cenário da República no Brasil

Dois presidentes brasileiros morreram no cargo. O primeiro deles foi Afonso Pena, em 1909. O segundo foi Getulio Vargas, que em 1954, correndo risco de ser derrubado pela oposição, decidiu acabar com a própria vida e se suicidou com um tiro dentro do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. O suicídio causou comoção nacional e tirou força da oposição, liderada por Carlos Lacerda.

Dois outros presidentes morreram entre a eleição e a posse. Rodrigues Alves, que já havia exercido o cargo uma vez, em 1902, morreu antes de assumir o segundo mandato, em 1918, de gripe espanhola, o que levou à realização de novas eleições. "Esse fato, inclusive, pode explicar em parte o início da revolta tenentista de 1922", afirma o historiador Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Tancredo Neves, em 1985, foi internado às pressas pouco antes de sua posse, e morreu deixando o cargo para o vice, José Sarney.

Estadual No Paraná, houve um caso célebre de morte durante a campanha eleitoral. O senador Abilon de Souza Naves, que era considerado favorito para a eleição do governo do estado em 1960, morreu durante um jantar em sua homenagem na Sociedade Morgenau, em Curitiba, em dezembro de 1959. "Isso abriu caminho para que o Ney Braga, ex-prefeito de Curitiba, se elegesse para seu primeiro mandato como governador", afirma o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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