O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou nesta quarta-feira (8) que a estratégia petista para a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição no segundo turno, continuará sendo a de desconstruir a candidatura de seu adversário, o senador Aécio Neves (PSDB). Segundo Falcão, o partido irá mostrar que uma eventual vitória do tucano representaria uma mudança em direção ao passado.
"É necessário deixar claro que o projeto de mudança do nosso adversário é em direção ao passado, e nós propomos mudanças para o futuro. Temos credenciais e 12 anos de testemunho de realizações e de conquistas que não queremos ver ameaçadas ou suprimidas", disse Falcão.
O petista afirmou que uma das estratégias petistas será derrubar "o mito da boa gestão proclamada" por Aécio. "Vamos mostrar o desempenho da gestão tucana em Minas Gerais e em outros lugares para demolir esse sofisma de que eles são bons gestores", afirmou.
Outro ponto que será explorado pela campanha petista será a comparação de casos envolvendo denúncias de corrupção nos governos tucanos nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. "Não vamos aceitar que continuem a tentar nos impingir a pecha de corrupção, porque eles são recordistas. O mensalão mineiro, o vice-governador de Aécio que renunciou para não ser cassado, pelo presidente do seu partido, pelo cartel do metrô em São Paulo, o escândalo do Luiz Marinho, assessor do Covas e depósito em bancos suíços."
O partido busca ainda uma estratégia mais concreta para atrair grande parte dos 22 milhões de votos obtidos por Marina Silva (PSB), terceira colocada na corrida presidencial no primeiro turno e o apoio de quase 20% dos eleitores que não compareceram às urnas no domingo. "Temos convicção de que, independente das posições que os partidos tomem hoje ou amanhã, nosso compromisso é de que o eleitor quer mudanças", disse.
AERONAVEQuestionado sobre o envolvimento de um funcionário da campanha de Fernando Pimentel, eleito governador de Minas Gerais pelo PT, e de um empresário ligado ao PT na apreensão de R$ 116 mil em espécie em um avião, em Brasília, na noite desta terça-feira, Rui Falcão afirmou apenas que o fato não pode vinculá-lo diretamente a Pimentel.
"Prenderam 110 e pouco mil reais em um evento ligado a campanha do deputado eleito Bruno Covas. Isso não me leva a fazer qualquer vínculo dessa apreensão de dinheiro com o deputado Bruno Covas. Então se prenderam esse dinheiro, é preciso saber que não é crime transportar dinheiro desde que se explique a origem. Não venham colocar isso na conta do PT", disse.
O empresário é Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené. Em 2010, ele esteve no centro do escândalo no qual foi descoberto um bunker para produção de dossiês contra tucanos, montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff à Presidência.
O outro detido no aeroporto é Marcier Trombiere Moreira, ex-assessor do Ministério das Cidades --dominado pelo PP, partido aliado de Dilma.
Ele trabalhou na campanha de Fernando Pimentel, eleito governador de Minas pelo PT no domingo (5). A coordenação da campanha apenas confirmou que ele prestou serviços, mas não comentou a detenção. O ministério pode divulgar uma nota sobre o caso.
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