No Rio Grande do Sul, com quase 99% das urnas apuradas, José Ivo Sartori (PMDB) está eleito para governar o estado nos próximos quatro anos com 61,22% dos votos válidos. O atual governador, Tarso Genro (PT) teve 38,78% dos votos.
No primeiro turno, Sartori teve 40,40% dos votos contra 32,57% de Genro.
Perfil
Veterano do PMDB gaúcho, José Ivo Sartori, 66, chega de maneira surpreendente ao auge de sua trajetória política, após quase 40 anos de vida pública.
A eleição para o governo gaúcho até pouco tempo não era uma meta pessoal dele. E sua ascensão na campanha deste ano foi inesperada para o eleitorado, que se dividia em princípio entre o governador Tarso Genro (PT) e a senadora Ana Amélia Lemos (PP).
Nas primeiras pesquisas, nem em sua base eleitoral, a serra gaúcha, seu nome parecia empolgar os eleitores.
A virada só veio na reta final do primeiro turno, quando a troca de acusações entre Tarso e Ana Amélia acabou levando a uma migração de votos para sua candidatura, que despontou como terceira via.
A ideia de concorrer ao governo não havia partido de Sartori, mas sim de um grupo de correligionários do PMDB gaúcho que pretendia lançar um nome novo ao governo.
O partido vinha de duas derrotas ainda no primeiro turno em 2010 e 2006, com José Fogaça e Germano Rigotto -políticos que eram bem mais conhecidos no Estado.
Tradicionalmente, o PMDB do Rio Grande do Sul é o principal polo de oposição ao PT, já que os tucanos têm pouca expressão no Estado.
Sartori relutou em aceitar o convite, mas acabou concordando no início do ano em lançar a candidatura. Antes da campanha, formou uma coligação que lhe rendeu o segundo maior tempo de TV, atrás apenas de Tarso.
O espaço no horário eleitoral ajudou sua equipe de marketing a fixar a figura do "gringo", como foi apelidado: interiorano, simples e com um histórico de obras. De 2005 a 2012, ele governou Caxias do Sul, maior município do interior gaúcho.
No primeiro turno, a estratégia foi evitar polêmicas em meio aos ataques petistas contra a candidata do PP.
No segundo turno, aliou-se ao presidenciável tucano Aécio Neves e precisou responder a críticas do PT, que questionou sua participação em polêmicas de governos anteriores do PMDB, como privatizações.
Sartori foi secretário estadual nos anos 80 do hoje senador Pedro Simon e líder do partido na Assembleia no governo de outro peemedebista, Antônio Britto (1995-1998).
No Legislativo gaúcho, foram cinco mandatos seguidos a partir de 1982. De 2003 a 2004, antes de se eleger prefeito, foi deputado federal.
A entrada dele na política remonta ao movimento estudantil ainda no período da ditadura. Naquela época, ele era professor universitário de filosofia e dava aulas de história em um cursinho.
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