Homenagem a Eduardo Campos abre primeiro dia de propaganda
Uma homenagem a Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco, que seria candidato à Presidência da República pela coligação "Unidos pelo Brasil", abre hoje o horário eleitoral gratuito às 7 horas no rádio e às 13 horas na televisão. Campos morreu em um acidente aéreo em Santos, Litoral paulista, na última quarta-feira, e muito provavelmente será substituído pela vice Marina Silva (PSB) no comando da chapa.
Em seguida irão ao ar os programas de Mauro Iasi (PCB), Zé Maria (PSTU), Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Levy Fidélix (PRTB), Eymael (PSDC), Rui Costa Pimenta (PCO), Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSol). A ordem foi definida em sorteio. Nos dias seguintes, haverá rodízio das propagandas, com o último sendo deslocado para primeiro, e assim sucessivamente.
A divisão do tempo, que leva em consideração o número de representantes dos partidos ou coligações na Câmara dos Deputados, Dilma terá 11m24s, Aécio Neves, 4min35s, e o candidato do PSB 2min03s.
Amanhã será a vez dos postulantes ao Palácio Iguaçu. Ogier Buchi (PRP) é o primeiro, seguido de Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (PMDB), Túlio Bandeira (PTC), Bernardo Pilotto (PSol), Geonísio Marinho (PRTB), Rodrigo Tomazini (PSTU) e Gleisi Hoffmann (PT).
Buscando a reeleição, Richa contará com a maios exposição: 8min42s. Gleisi dispõe de exatos 4 minutos, enquanto o senador Roberto Requião tem 2min56s.
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Principal ponto na estratégia dos candidatos para convencer os eleitores, o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão começa hoje. Durante sete semanas, os programas irão ao ar de segunda a sábado em quatro horários diferentes: das 7 às 7h50 e das 12 às 12h50 no rádio; e das 13 às 13h50 e das 20h30 às 21h20 na tevê.
INFOGRÁFICO: Veja um resumo de como será o horário eleitoral gratuito
Candidatos a presidente e a deputado federal vão ao ar às terças, quintas e sábados. Às segundas, quartas e sextas, o espaço será destinado aos postulantes a governador, deputado estadual e senador. A última veiculação será em 2 de outubro, a três dias antes do primeiro turno das eleições.
O tempo que cada candidato terá para divulgar suas ações no horário eleitoral é um dos principais componentes avaliados pelos partidos na definição das alianças. Não por acaso. Uma propaganda bem feita "pode definir uma eleição", lembra o cientista político do Grupo Uninter Doacir Quadros. É o que pensa também o professor Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "[O horário eleitoral] pode mudar o voto de quem já tem candidato e ajuda a definir o de quem ainda não tem", avalia.
É a partir da propaganda no rádio e na tevê também que o eleitor passa a ter consciência de que existe uma campanha em andamento. "É como se fosse um botão de 'liga-se'", avalia Quadros. A regra vale para o militante. "A propaganda eleitoral motiva os militantes a ir às ruas conquistar votos", diz. "Na prática, a campanha começa mesmo com o início da propaganda eleitoral", diz Baía. "É a largada para o trabalho do que chamo de 'infantaria de rua e a infantaria digital'", acrescenta.
Igualmente importantes são as inserções, os comerciais que vão ao ar em meio à programação das emissoras. Baía ressalta que elas incomodam menos o eleitor pouco interessado no assunto porque estão pulverizadas ao longo do dia e parecem anúncios comuns. Mais para o final da campanha, porém, a importância do horário eleitoral aumenta "porque o eleitor tende a se interessar mais pelo assunto", avisa.
Os dois cientistas políticos concordam ainda que os programas eleitorais passam a ser mais relevantes para o eleitor no segundo turno. Com a disputa polarizada e os tempos de programa iguais, "é mais fácil identificar as diferenças entre os candidatos", diz Quadros. "A estratégia de cada um pesa mais [nessa etapa]", emenda Baía.
Outro ponto de convergência entre os analistas é que a propaganda eleitoral é mais importante para os cargos majoritários presidente, governador e senador. Para os concorrentes a cargos legislativos, geralmente em grande número, a influência é menor. "A não ser que o partido concentre os esforços em um ou outro candidato", diz Baía. Para Doacir Quadros, quem disputa uma vaga na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa tem mesmo é que partir para o "corpo a corpo", deixando de lado as mídias tradicionais.