A campanha do prefeito Gustavo Fruet (PDT) admitiu que os guardas municipais detidos fazendo campana em frente à chácara de Rafael Greca (PMN), em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), faziam parte da coligação do candidato à reeleição. Um dos carros utilizados por eles também está locado em nome da campanha.
Em nota, a equipe de Fruet afirmou que os agentes são voluntários da coligação e que agiram sem o conhecimento da coordenação. “A Coligação Curitiba Segue em Frente comunica que um dos carros usados pelos agentes da Guarda Municipal detidos na última quarta-feira está locado em nome da campanha.Os agentes são voluntários da Coligação e informaram que estavam em Piraquara para assuntos particulares sem o conhecimento da coordenação da campanha”, diz a nota. Questionada pela reportagem, a campanha informou que o outro veículo que estava com os guardas era particular.
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Leia a matéria completaNa nota, a equipe do candidato à reeleição ainda afirmou que o caso está sendo acompanhado pelo advogado de defesa dos guardas. O defensor dos agentes, Heitor Luiz Bender, confirmou que os dois são voluntários da coligação, mas afirmou que os dois estavam em Piraquara para compromissos pessoais, a caminho da Associação dos Servidores Públicos do Paraná, que fica na cidade. Segundo a defesa, no momento da abordagem, um deles estaria de folga e o outro está de licença da corporação.
Ainda de acordo com Bender, os agentes estavam a mais de 500 metros da propriedade de Greca quando foram abordados e não estavam realizando nenhum tipo de atividade que poderia precipitar uma investigação. “Eles pararam para almoçar e pouco depois foram abordados. Em nenhum momento do processo consta que eles estavam a mando da administração pública e nem da campanha”, disse.
O advogado ainda afirmou que a medida da Polícia Civil prender os agentes foi arbitrária. “No meio desse tiroteio eleitoral, criam-se invenções fantasiosas”, argumentou. Segundo Bender, os guardas ficaram detidos por cerca de cinco horas e foram posteriormente libertados.
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Por causa do ocorrido na RMC, a campanha à prefeitura de Curitiba teve mais um dia de ataques entre os dois principais candidatos nesta quinta-feira (22). Em vídeo divulgado no Facebook, Rafael Greca (PMN) se disse vítima de mais uma armação do adversário ao citar os episódios dos bens desaparecidos da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e dos guardas municipais detidos em Piraquara. Já Gustavo Fruet (PDT) negou qualquer relação com o caso e acusou Greca de utilizar a Guarda para segurança pessoal e do próprio patrimônio quando foi prefeito, de 1993 a 1996.
Em sabatina na Gazeta do Povo, Fruet pediu que Greca abra a Chácara São Rafael, em Piraquara, para que um perito indicado pelo próprio candidato do PMN verifique se dois lavatórios e uma cristaleira pertencentes à FCC estariam na propriedade. Na quarta-feira (21), o pedetista determinou a abertura de uma sindicância para apurar a suspeita de que os itens estariam no local, conforme fotos publicadas por Greca nas redes sociais.
Questionado pela reportagem sobre o pedido do adversário, Greca afirmou que “o ônus da prova cabe a quem acusa”. Nas redes sociais, chamando Fruet de “medíocre e ressentido”, declarou que não tem, possui nem conserva os bens desaparecidos. Também disse que o adversário “avançou o sinal” ao colocar guardas municipais em carros alugados “pagos pelo erário público” na porta da chácara em Piraquara “para tentar criar um falso flagrante” a respeito dos móveis da FCC.
Na tarde de quarta (21), dois guardas municipais foram detidos perto do local – com armas e colete balístico da instituição − e afirmaram à polícia que estavam realizando uma investigação a mando dos superiores para apurar se os objetos da prefeitura estariam no imóvel de Greca. Mais tarde, porém, disseram estar passeando pela região para almoçar em um restaurante. No Boletim de Ocorrência, a conduta de ambos foi qualificada como usurpação da função pública.
“Apura, sindicância e rua. De jeito nenhum [ordenei isso]. Seria uma burrice de inestimável valor. Já determinei a abertura de sindicância para não haver dúvida se alguém agiu [nesse sentido] e em nome de quem agiu. Mas isso não pode anular a questão mais grave que é a possibilidade de se constatar que na casa do ex-prefeito tem obras da prefeitura”, defendeu-se Fruet.
Na sequência, acusou Greca de ter usado guardas municipais para proteção pessoal e segurança da casa dele em Curitiba e da chácara em Piraquara, quando foi prefeito na década de 90. “Usei a Guarda na forma da lei no meu gabinete, no Palácio 29 de Março, nas inaugurações e evento”, rebateu o candidato do PMN.
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