Em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e afirmou que vai disputar a Presidência da República em 2018.
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Visivelmente irritado, o ex-presidente reclamou que o Brasil vive um momento em que as pessoas são condenadas “pelas manchetes dos jornais”.
No depoimento, o delegado da Polícia Federal pergunta a Lula se ele tinha conhecimento de que Vaccari receberia propina por contratos da Petrobras. “Eu tinha conhecimento que o Vaccari era um companheiro extraordinário, foi um grande dirigente sindical e foi um grande dirigente do PT. Eu não acredito que o Vaccari tenha acertado percentual com empresa pra receber, não acredito, não acredito”, disse Lula ao delegado.
O ex-presidente aproveitou para fazer um “desabafo” no final do depoimento e afirmar que vai ser candidato à Presidência da República em 2018.
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Leia a matéria completaPara Lula, há um pré-julgamento dos envolvidos na Lava Jato através de notícias veiculadas na mídia. Ele comparou o caso com o Mensalão, quando o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi condenado.
“Nós estamos vivendo uma situação em que as pessoas são condenadas antes de serem julgadas”, reclamou Lula.
“[Os envolvidos no Mensalão] Não poderiam entrar num restaurante, não poderiam sair na rua, não poderiam ir pra lugar nenhum. É o que estão tentando fazer comigo agora, só que o que estão tentando fazer comigo vai fazer com que eu mude de posição, eu que estou velhinho, estava querendo descansar, vou ser candidato à Presidência em 2018 porque acho que muita gente que fez desaforo pra mim, vai aguentar desaforo daqui pra frente. Vão ter que ter coragem de me tornar inelegível”, disse o ex-presidente.
Lula ainda disse que espera um pedido de desculpas da força-tarefa no final das investigações da Lava Jato. “Eu espero que quando terminar isso aqui alguém peça desculpas. Alguém fale: ‘Desculpa, pelo amor de Deus, foi um engano’.”, disse.
O ex-presidente foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento à PF na deflagração da 24ª fase da Operação Lava Jato, no dia 4 de março.