Depois de passar uma semana inteira em articulações para conseguir reduzir a crise do Senado - que tem como centro o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP) -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou mencionar o assunto no discurso de uma hora e dez minutos que fez nesta sexta no encerramento de um simpósio internacional sobre políticas sociais, em Brasília. Lula deu ênfase à política social. "A gente não deve temer de que lado a gente está", disse. "Sei de onde vim e sei para onde vou voltar. Sei dos companheiros que fiz. Eu não tenho problema de dizer que, embora governe para todos, são os pobres que têm (minha) preferência", afirmou.

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O presidente disse que, durante seu governo, foram criados dez milhões de empregos em cinco anos. Em seguida, comentou que hoje não vê mais preconceito contra ele por sua origem operária. "Depois que eu virei o amigo do cara, as pessoas não têm mais preconceitos contra mim", disse, em uma referência bem-humorada à atitude do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que, em abril, o elogiou, em Londres, numa reunião do G-20, afirmando: "Este é o cara" e "é o político mais popular do mundo".

Ainda no discurso, Lula reclamou do fato de estar sendo processado na Justiça Eleitoral por ter dito, em uma viagem recente, que uma mulher seria presidente do Brasil e, em seguida ter entregue uma rosa à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Se for assim, estou desgramado com a quantidade de protesto que vou enfrentar", disse. A uma plateia formada na maioria por mulheres, o presidente pediu - em tom de brincadeira - que, "para confundir todo mundo", sempre que ele mencionar que uma mulher será presidente do País, todas digam que ele está-se referindo a cada uma delas.

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