A assessoria de imprensa do Banco Opportunity informou nesta quinta-feira (11), por meio de nota, que "repudia as acusações de envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha". Segundo o banco, o dinheiro que foi transferido para a BNY Mellon Serviços Financeiros foi "serviço de administração dos fundos de investimento", que consistiria "somente na mudança do responsável pelas atividades de processamento e controle das carteiras, escrituração da emissão e resgate de cotas e contratação dos serviços de tesouraria e custódia dos fundos de investimento".

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De acordo com assessoria do Opportunity, na semana passada foram iniciadas as transferências do serviço de administração de seis fundos de investimento, antes desempenhado pelo banco, para a BNY Mellon e que, na data da transferência, totalizavam um patrimônio líquido de mais de R$ 927 milhões. A transferência da administração do fundo, segundo o banco, estaria prevista na regulamentação em vigor e foi feita publicamente, com "total transparência".

"Sendo assim, não se trata de repasse de valores para a BNY Mellon Serviços Financeiros, mas sim da transferência do serviço de administração de um patrimônio que continua sendo gerido pelas empresas gestoras Opportunity", informou a nota.

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O Opportunity teve bloqueado R$ 545,7 milhões, por pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinação da Justiça Federal, motivados por uma análise do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que suspeitou de lavagem de dinheiro em duas movimentações feitas pelo banco: uma, de R$ 535,7 milhões, do fundo do banco para a financeira BNY Mellon Services DTVM e outra, de R$ 10 milhões, do Banco Opportunity para uma conta corrente de Beassy Schachnik, irmã do presidente do banco BNY, Dório Ferman, um dos investigados na Operação Satiagraha da Polícia Federal.

De acordo com o banco, a transferência de R$ 10 milhões não foi realizada pelo executivo Dório Ferman. "Foi uma movimentação regular de resgate de fundo de investimento por parte de cliente", informa a nota.

Para o procurador da República Rodrigo de Grandis, existe uma suspeita de lavagem de dinheiro e o pedido de bloqueio de R$ 545,7 milhões do banco vai servir "para que o MPF possa verificar quais são os reais proprietários e cotistas do fundo. E principalmente, qual a origem desses valores". Se ficar demonstrada a origem ilícita desses valores, caracterizando o crime de lavagem de dinheiro, isso poderá ser objeto de investigação pelo Ministério Público Federal e o dinheiro será encaminhado para a União.

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