Transferência
Presos ficarão na superintendência da PF em Curitiba
Chico Marés
Os 18 presos na sétima etapa da Operação Lava Jato, deflagrada ontem, ficarão na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, local onde estão detidos o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O motivo é que as investigações do caso estão concentradas na capital paranaense.
Os mandados de prisão de ontem foram efetuados em São Paulo (SP), Osasco (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), mas, até o fechamento desta edição, os presos estavam sendo transferidos para o Paraná, em avião da Polícia Federal. A chegada estava prevista para as 22h30 de ontem.
Outros nove mandados ainda não haviam sido cumpridos.
Prisões
Entre os presos pela operação de ontem estão 16 executivos e funcionários das empresas OAS, UTC, Engevix, Iesa Óleo e Gás, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia, além de Jayme Alves de Oliveira Filho, funcionário de Youssef, e Renato Duque, ex-diretor da Petrobras.
Três dos mandados expedidos ontem pela Justiça Federal dois de busca e apreensão e um de prisão temporária foram direcionados a uma empresa com representação no Paraná e um empresário que mora na região metropolitana de Curitiba, Valdir Lima Carreiro. O executivo, que até o fechamento dessa reportagem ainda não havia sido localizado pela Polícia Federal (PF), é diretor-presidente da Iesa Óleo & Gás, que atualmente tem sede no Rio de Janeiro, mas integra um grupo empresarial criado no Paraná e que ainda mantém unidades em Curitiba. Outro diretor da empresa, Otto Garrido Sparenberg foi preso no Rio.
No escritório da empresa, no centro de Curitiba, e na casa do empresário, em Pinhais, a PF recolheu documentos e mídias que possam auxiliar nas investigações. De acordo com informações do jornal O Estado de S.Paulo, a Iesa repassou R$ 400 mil para a Costa Global Consultoria e Participações, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. "Há indícios de que algumas dessas empresas já estiveram envolvidas anteriormente em esquemas semelhantes. Isso reforça a necessidade de prisão preventiva", explica o procurador da República Diogo Castor de Mattos.
A Iesa integrou o Consórcio Conpar, formado ainda pela Norberto Odebrecht, UTC Engenharia e OAS, responsável por obras de ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) em Araucária, entre 2008 e 2012. A atual fase da investigação, porém, analisa apenas contratos firmados nos últimos dois anos.
"A Repar tem contratos em andamento, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento, que estão em torno de 70% a 80% concluídos. Então ainda há obras em andamento dentro da refinaria e essa empresa participa, como participa também de Abreu e Lima e outros contratos", afirma o delegado Igor Romário de Paula, responsável pela área de combate ao crime organizado da PF no Paraná.
O delegado não descarta uma investigação retroativa, "se os indícios forem se confirmando". Mas afirma que apenas os contratos de 2013 e 2014, atualmente investigados, já constituem "uma demanda absurda".
Ninguém foi localizado na empresa para comentar o assunto.
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