Os executivos das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, montaram uma estratégia para anular a operação, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF). Na denúncia apresentada nesta quinta-feira (11) pelos procuradores, há uma referência a um documento apreendido na casa de Ricardo Pessoa, da UTC, que demonstra as estratégias que seriam adotadas pelos investigados para neutralizar a operação.
O manuscrito de seis páginas aponta as metas do intitulado "Projeto Tojal". Entre elas, "trazer as investigações para o STF", "estudar o acordo", "fragilizar" ou "eliminar" as colaborações premiadas firmadas e uma "campanha na imprensa para mudar a opinião pública". O projeto teria um custo de R$ 3,5 milhões, de acordo com as anotações de Pessoa.
Outros documentos
Os investigadores concluíram que Ricardo Pessoa era o líder do cartel formado pelas empresas para obterem obras com a Petrobras. Além do "Projeto Tojal", a PF também encontrou na casa do executivo uma série de notícias e documentos relacionados à Lava Jato, "inclusive um organograma com menção ao procurador geral da Repúclica", Rodrigo Janot. Os investigadores também encontraram com Ricardo Pessoa documentos de transferência para a empresa RFY Import e Export Limited, uma offshore usada pelo doleiro Alberto Youssef para remessa de valores ao exterior e lavagem de dinheiro.
Chantagem
Na denúncia do MPF também há referência a um bilhete apreendido na casa de Ricardo Pessoa que trata de uma chantagem. No texto, o remetente "relata inúmeras atividades ilícitas de Pessoa e pede dinheiro para ficar em silêncio e fugir do Brasil". Os procuradores não fazem referência no documento sobre quem seria o autor do bilhete e não dizem se o pagamento foi realizado.
Outro lado
A reportagem da Gazeta do Povo procurou o advogado de Ricardo Pessoa, Alberto Toron, mas ele não foi localizado para comentar o assunto
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