Dos 70 deputados federais eleitos no Estado de São Paulo em outubro, 58 se reuniram hoje na capital paulista em almoço de apoio à eleição de Marco Maia (PT-RS) para a presidência da Câmara dos Deputados. O petista, que ocupa o cargo desde a renúncia de Michel Temer (PMDB-SP), já recebeu o apoio de 21 dos 22 partidos da Casa e tem, até agora, um único concorrente: o deputado federal Sandro Mabel (PR-GO), que não conta com apoio nem do seu próprio partido.

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Em discurso aos colegas, Maia recorreu ao argumento de que deve ser respeitada a proporcionalidade das bancadas das legendas na Casa. "É uma questão que diz respeito à história da Câmara dos Deputados. É também a afirmação de um critério universal para unificar a Casa em prol de uma agenda positiva para o futuro do País, como a reforma tributária e o combate à pobreza", defendeu o petista, segundo o qual sua candidatura significa ainda respeito aos eleitores. "Nós estamos valorizando e afirmando o parlamento como instrumento de fortalecimento da democracia."

O apoio ao petista inclui até partidos da oposição. O novo líder da bancada do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (PSDB-SP), deu sua palavra de que no dia 1.º de fevereiro, data da eleição, Maia terá os votos de todos os deputados tucanos.

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O líder do PSDB afirmou ainda que o partido, como terceira maior bancada da Câmara dos Deputados, pretende ocupar a primeira vice-presidência da Casa, já que o PMDB, segunda maior bancada, deve ficar, segundo ele, com a primeira-secretaria. "Essa declaração de apoio, independentemente da oposição de ideias, é a forma mais transparente de agir, sem entrar em disputas por cargos ou espaços", disse Duarte, ressaltando a importância da proporcionalidade na Casa.

O único deputado federal eleito pelo PMDB em São Paulo, Edinho Araújo, classificou a candidatura de Maia como sólida e responsável. Segundo ele, Maia segue a cartilha dos candidatos à presidência ao visitar líderes nos Estados e as bancadas dos partidos. "Maia tem muita experiência e acredito que sua eleição será o melhor para a Casa."

Também presente ao evento, a deputada Luiza Erundina (PSB), ex-prefeita de São Paulo, disse que a unidade pluripartidária em torno de Maia ajuda a Casa a eleger o comando de uma forma mais rápida e tranquila. Erundina, porém, disse ter sentido falta de um discurso do petista que abordasse questões para democratização da Casa, incluindo, por exemplo, a revisão do regimento interno da Câmara. "É necessária uma Câmara mais aberta à agenda da sociedade." A deputada defendeu ainda a urgência na votação das reformas estruturais do País, como a política e a tributária.