O ex-assessor especial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Renato Porciúncula disse em depoimento na CPI dos Grampos nesta terça-feira (7) não ter recebido informações da Operação Satiagraha desde que deixou a função de Diretor de Inteligência da Polícia Federal, em setembro de 2007. Ele confirmou, no entanto, ter participado de uma reunião com Francisco Ambrósio do Nascimento, ex-agente do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) para discutir a participação dele na Satiagraha.
Porciúncula disse que mesmo na função de diretor de Inteligência da PF tinha apenas informações superficiais sobre a operação porque o delegado Protógenes Queiroz tinha autonomia na presidência da investigação. Afirmou ainda que após ir para a Abin não ficou sabendo da participação da agência na Satiagraha, nem se encontrou mais com Protógenes para debater o tema.
O ex-assessor especial afirmou ter visto o delegado que presidiu a Operação Satiagraha uma vez nas dependências da Abin saindo da sala do então diretor-geral Paulo Lacerda. Porciúncula não soube informar o tema da conversa entre Larcerda e Protógenes. O ex-diretor-geral da Abin pediu que seu depoimento na CPI fosse cancelado.
"Uma vez encontrei (Protógenes) saindo da sala do doutor Paulo Lacerda, que ficava no mesmo andar da minha. Ele me cumprimentou de longe e o doutor Lacerda não comentou. Não estranhei a visita porque alguns colegas da Polícia Federal foram trabalhar lá na Abin e eram frequentes as visitas", afirmou Porciúncula.
Apesar de negar ter informações sobre Satiagraha, ele confirmou ter encontrado Ambrósio, que foi acusado de ser o responsável por grampos ilegais na Satiagraha. Porciúncula afirmou que foi ao encontro do ex-agente a pedido de Lacerda. No encontro, disse ter se convencido da inocência de Ambrósio e ligou para o atual diretor de inteligência da PF, Daniel Lorenz, para marcar um depoimento do ex-agente para falar sobre a denúncia de grampos ilegais. Ele negou ter dado qualquer "assessoria" na defesa de Ambrósio.
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