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Atualizado em 13/09/2006 às 20h30

Outro ex-servidor do gabinete do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) confirmou o que ele procurou negar nesta terça-feira, durante depoimento ao Conselho de Ética do Senado: o parlamentar tinha conhecimento de tudo, inclusive de uma falsificação de sua assinatura. Em depoimento à Corregedoria do Senado, a ex-chefe de gabinete de Suassuna Mônica Teixeira Mucuri, acusada por Suassuna de falsificar sua assinatura em ofícios que pediam liberação de recursos para o esquema da compra de ambulâncias pela Planam, disse que subscreveu os documentos com o conhecimento do senador e que essa era uma prática comum no gabinete.

- Ela mostrou muita amargura pelo senador ter dito que ela falsificou sua assinatura - disse Romeu Tuma (PFL-SP), corregedor do Senado.

- Ela argumentou que Suassuna não precisava tê-la colocado sob suspeita perante a família e a imprensa porque, se ela assinava, era com conhecimento dele.

O processo contra o senador será votado na próxima quarta-feira. Na terça, perante o Conselho de Ética, o senador apresentou um laudo grafotécnico para comprovar que a assinatura nos ofícios não era sua. Ele disse que Mônica assinou os papéis a mando de Marcelo Carvalho, seu ex-assessor, acusado de receber R$ 225 mil em propina do esquema das sanguessugas.

- A Mônica afirmou que o Marcelo lhe transmitia uma ordem do senador - relatou Tuma.

- Assim, deixou de existir a falsificação quando ela diz que assinou a pedido dele.

Suassuna havia afirmado no Conselho que Mônica assinara os ofícios alegando que, se não providenciasse rapidamente os papéis, o senador perderia as emendas que fizera para a compra das ambulâncias.

O relator Jefferson Peres (PDT-AM), que cuida do processo de quebra de decoro parlamentar de Suassuna, chegou a questioná-lo por que, ao saber que sua assinatura fora falsificada, ele não demitiu a funcionária e abriu uma sindicância para investigar o fato. Mas Suassuna limitou-se a dizer que acreditava que a funcionária não agira por má-fé.

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