Em depoimento na CPI dos Sanguessugas, os ex-ministros da Saúde do governo Lula Humberto Costa e Saraiva Felipe (PMDB-MG), deputado federal reeleito, negaram envolvimento com o esquema de venda superfaturada de ambulâncias, também conhecido como máfia dos sanguessugas. José Serra (PSDB-SP), ex-ministro da saúde do governo de Fernando Henrique, também foi convidado para depor na CPI, mas o tucano não compareceu, pois está em uma viagem aos Estados Unidos.

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Em seu depoimento, Costa admitu ter se encontrado com Luiz Antonio Vedoin, mas negou qualquer irregularidade no pagamento de R$ 8 milhões, durante sua gestão, à Planam, empresa acusada de chefiar. O ex-ministro disse que não houve beneficiamento da empresa, e que tinha obrigação de fazer o pagamento porque isso está previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.

- Não houve nenhum tipo de beneficiamento a essa empresa, como se tentou estabelecer. Eu não tinha poder discricionário sobre o pagamento dessa empresa - afirmou Costa.

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Após do depoimento de Costa, a CPI ouviu o também ex-ministro de Lula, Saraiva Felipe. Contra ele pesa a acusação de ter ajudado a agilizar os processos da Planam no ministério e destinado verbas extra-orçamentárias da Saúde para a compra de ambulâncias via Planam.

Em seu depoimento, o ex-ministro negou que tenha contato com os Vedoin, e reiterou que fez a nomeação de Maria da Penha Lino, apontada como apêndice da Planan no ministério, atendendo a uma indicação do deputado Wilson Santiago (PMDB-PB), que, segundo ele, havia recebido o pedido do deputado José Divino (PMR-RJ). Ele disse ainda que só ficou sabendo das investigações pela PF, em janeiro deste ano.

O ex-ministro defendeu ainda que a liberação dos recursos dos ministérios para as prefeituras seja feita aos poucos, por intermédio da Caixa Econômica Federal. Isso enquanto as emendas ao Orçamento individuais dos parlamentares não forem eliminadas.

Na terça-feira, a CPI ouviu Barjas Negri (PSDB), ex-ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique, e atualmente prefeito de Piracicaba (SP).

Depoimento de Barjas Negri, ex-ministro da Saúde (Agência Câmara) No início de seu depoimento, Barjas Negri disse que não tinha ligação com os sanguessugas nem se beneficiou do esquema montado pela Planam, empresa da família Vedoin. O ex-ministro tucano explicou ainda que todas as ambulâncias foram adquiridas a partir de emendas de deputados.

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Dossiê pode ser investigado por comissão

O relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), explicou que outro episódio, o da tentativa de compra de um dossiê contra candidatos tucanos será investigado, mas com cuidado para evitar que uma eventual politização do assunto contamine o restante dos trabalhos.