A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (13) o ex-vereador do PT Alexandre Correa de Oliveira Romano, na 18ª fase da Operação Lava Jato, batizada de ‘Pixuleco II’. Romano, mais conhecido como “Cumbinho”, é acusado de ter arrecadado e distribuído cerca de R$ 40 milhões em propina por ter intermediado um acordo que deu à Consist e acesso a dados de 2 milhões de funcionários públicos federais, sob responsabilidade do Ministério do Planejamento.
No total, a empresa pagou pelo menos R$ 52 milhões em propinas pelo negócio. Outros R$ 12 milhões foram pagos para a Jamp, do operador Milton Pascowitch, um dos delatores da Lava Jato, que repassou dinheiro ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, num esquema revelado pelo jornal O Globo. A PF realizou nesta quinta buscas na JD2 Consultoria, empresa de Dirceu em Brasília, que também recebeu dinheiro da Consist por meio do esquema de Romano: R$ 2,855 entre 2012 e 2013. Dirceu foi preso na Operação Pixuleco, na semana passada.
‘Chambinho’ é próximo da cúpula do PT
Único preso nesta quinta-feira (13) pela Operação Lava Jato, Alexandre Correa de Oliveira Romano se dedicava a um escritório de advocacia que montou em São Paulo após deixar a atividade política.
Leia a matéria completaPara o receber a propina, Romano usou notas fiscais de 18 empresas das mais variadas áreas, incluindo escritórios de advocacia . Romano é advogado, foi vereador em Americana (SP) e presidiu o comitê municipal de finanças do partido no município nas eleições de 2004. É um dos sócios do escritório Oliveira Romano Sociedade de Advogados, que recebeu R$ 7,9 milhões da Consist entre 2010 e julho de 2015. No despacho em que determinou a prisão temporária de Romano, por cinco dias, o juiz Sérgio Moro afirmou, que entre as empresas usadas no esquema, várias são de fachada.
Para a Polícia Federal, a ação de Romano levou para a Lava Jato um novo modelo de desvio de dinheiro por meio de escritórios de advocacia. Além do escritório do ex-vereador do PT, a Consist fez pagamentos para Portanova & Advogados (R$ 270 mil), Guilherme Gonçalves e Sacha Reck (R$ 6,2 milhões) e Gonçalves, Razuk, Lemos e Gabardo Advogados (R$ 957 mil). Os pagamentos foram feitos por serviços de processos trabalhistas ou honorários advocatícios, mas a Polícia Federal não conseguiu encontrar, em pesquisas na Justiça, causas que tenham sido efetivamente defendidas para a Consist por estes escritórios, que foram alvo de mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira.
“Trata-se de um novo modelo, uma nova frente a ser explorada. Já lidamos com empresas de fachada, de publicidade, de consultoria. Agora aparecem as empresas de advocacia”, disse Igor Romário de Paula, delegado da Polícia Federal.
O procurador Roberson Henrique Pozzobon, da força-tarefa do Ministério Público Federal, disse que “o esquema ficou mais complexo, uma característica do crime organizado”.
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