O Comando Militar do Leste está reavaliando a operação nas favelas do Rio de Janeiro. Segundo o Exército, o setor de inteligência da instituição está analisando novas denúncias sobre o roubo dos dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel em São Cristóvão. O objetivo é, a partir deste sábado, direcionar a operação do Exército para os locais onde é maior a possibilidade de recuperar as armas roubadas.

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Há nove dias os militares buscam as armas roubadas em favelas do Rio. Neste sábado, o Morro da Providência, no Centro do Rio, amanheceu aparentemente tranqüilo, mas a madrugada foi marcada por fortes confrontos. Uma criança de 12 anos foi baleada na noite de sexta-feira. Genilson dos Santos Batista foi baleado no antebraço esquerdo e levado ao Hospital Souza Aguiar por uma caminhonete do Exército. Ele foi operado e seu estado é estável.

Soldados e traficantes já tinham participado de um intenso tiroteio na manhã desta sexta-feira na Providência, que deixou três feridos, entre eles um bebê. Cerca de 200 militares estão na favela, onde foram apreendidos dez quilos de cocaína e farta munição. Um helicóptero das Forças Armadas fez sobrevôos no local.

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A governadora Rosinha Garotinho comentou num programa de televisão as ações do Exército. Ela destacou que o governo estadual apóia a iniciativa, mas mostrou desconfiança:

- Causa-me estranheza que agora se realize uma ação deste porte por causa do roubo ao quartel - afirmou.

Os transtornos com a ocupação do Exército nas favelas chegaram às crianças. Com medo de tiroteios, mães não estão permitindo que os filhos desçam para freqüentar a escola. Um levantamento feito nas favelas da Mangueira, Providência e Fazendinha mostra que pelo menos 90 colégios das regiões ocupadas pelo Exército estão com número reduzido de alunos nas salas de aula.

Nesta sexta-feira, a Justiça indeferiu a ação cautelar (que é preparatória de ação civil pública) que pedia a suspensão da operação do Exército, além de extinguir o processo. Na decisão, o juiz afirmou que a ação cautelar não era o instrumento adequado para o caso.

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro informou que vai estudar se vai recorrer da decisão judicial ou se vai ingressar logo com a ação civil pública, o que deve ocorrer na segunda ou na terça-feira. Os procuradores continuam com a convicção de que pode haver arbitrariedade na ação do Exército.

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