Em depoimento aos investigadores da Operação Lava Jato, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que extratos bancários de suas contas no exterior eram triturados "para não deixar vestígios". Segundo Costa, ele ia pessoalmente na sede da empresa Diagonal Investimentos, no Rio de Janeiro, para verificar as movimentações das contas e os saldos.

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Costa contou aos investigadores que o dono da Diagonal, Bernardo Freiburghaus, era responsável por movimentar as contas do ex-diretor no exterior. "Bernardo achava conveniente de tempos em tempos, haver alguma mudança, isto é, movimentar os recursos de uma conta para outra, para fins de segurança". Segundo o ex-diretor, essa movimentação era realizada para não deixar rastros que permitissem as autoridades identificar os valores ilícitos mantidos no exterior.

De acordo com o ex-diretor, Freiburghaus lhe foi apresentado pelo ex-diretor da Odebrecht Rogério Araújo. Segundo o depoimento de Costa, em uma reunião Araújo lhe disse que o ex-diretor era "muito tolo". "Você ajuda mais os outros do que a si mesmo", teria dito o então diretor da Odebrecht.

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Paulo Roberto Costa admitiu aos investigadores que recebia propina para facilitar a contratação de empresas caraterizadas na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Segundo ele, 1% do valor do contrato era dividido entre ele mesmo, o doleiro Alberto Youssef e o Partido Progressista.

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