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"Preciso entender qual é a minha missão"

O ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho falou com a imprensa pela primeira vez desde que se envolveu em um acidente que causou a morte de dois jovens, há exatos dois meses.

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A empresária Cristiane Yared, mãe de Gilmar Rafael Yared, um dos jovens mortos no acidente envolvendo o ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho, disse ontem que aceitaria se encontrar com o ex-parlamentar, até mesmo por uma questão de educação. Ela ressaltou, no entanto, que, dois meses após a tragédia, não recebeu sequer um telefonema da família Carli. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, publicada ontem, o ex-deputado declarou que pretende fazer uma visita aos familiares dos dois jovens mortos, apesar de não saber como será recebido nem se irão querer falar com ele.

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Questionada sobre como recebeu as declarações de Carli Filho, a empresária afirmou que essa é uma pergunta que deve ser feita à população. Na entrevista à Gazeta, o ex-parlamentar, que se recupera do acidente em Guarapuava, na região central do estado, revelou que está buscando respostas espirituais, para entender qual a sua missão no mundo. "Foi uma bênção. Não foi à toa que fiquei aqui (vivo)", disse o ex-deputado.

Cristiane Yared, que também é pastora, declarou que deseja que Carli Filho possa crescer como pessoa e se tornar mais responsável. Em relação ao fato de o ex-parlamentar ter dito que espera justiça para o caso, ela afirmou que justiça seria ter o filho de volta. "Mas sei que isso é impossível. Não tem como voltar atrás", disse.

Ao lado do advogado Elias Mattar Assad, os pais de Gilmar Rafael Yared se reuniram ontem com o diretor do Instituto de Criminalística, Carlos Roberto Martins de Lima, pedindo prioridade na conclusão dos laudos necessários para a finalização do inquérito policial, que ontem foi prorrogado por mais um mês. Segundo Assad, o diretor da entidade reiterou o compromisso de dar urgência ao caso.

Assad declarou que um perito particular está analisando as imagens dos radares próximos ao local do acidente, que mostram todos os carros que ultrapassaram a velocidade máxima permitida na madrugada da colisão, em 7 de maio. "O Passat do ex-deputado não aparece entre esses veículos", revelou o advogado. É justamente um dos laudos do instituto que irá determinar a velocidade em que Carli Filho dirigia no momento do acidente. De acordo com um laudo feito por um perito contratado pela família Yared, o ex-deputado dirigia a 191,52 quilômetros por hora.

Ontem, o delegado Armando Braga de Moraes, que comanda as investigações sobre o acidente, confirmou que o deputado estadual Plauto Miró (DEM), tio de Carli Filho, foi ouvido pela polícia na última sexta-feira. No depoimento, o parlamentar confirmou que jantou com o sobrinho poucas horas antes do acidente. Mas, segundo o delegado, não acrescentou novas informações ao inquérito.

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