A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) criticou o pacote apresentado pelo governo federal na segunda-feira, 14, para equilibrar as contas no ano que vem. O objetivo é cortar R$ 26 bilhões em despesas, aumentar impostos e recriar a CPMF.
- Para Receita Federal, governo entendeu que o limite para CPMF é de 0,20%
- Lacerda diz que frente de prefeitos ainda não tem posição sobre proposta de CPMF
- O Legislativo não vai dificultar a vida do Brasil, diz Renan, sobre a CPMF
- Medidas que reduzem recursos do Sistema S valem até dezembro de 2019
- Levy sinalizou com liberação de empréstimos, diz Pezão
O presidente interino da Fiergs, Carlos Bier, disse que as medidas foram recebidas com apreensão. “É um pacote de alto risco, pois onera o setor produtivo numa situação de crise, ou seja, corremos a séria ameaça de a economia travar”, avalia. Segundo ele, dos R$ 64 bilhões do ajuste pretendido, menos da metade (40%) recai sobre cortes do setor público. “A maior parte (60%) significa uma nova carga de custos para o setor privado”, argumenta.
O industrial alerta ainda que a opção de retirar tratamentos fiscais a determinados segmentos como a indústria química, além de diminuir o Reintegra para os exportadores, se traduz em aumento de custos. “O governo reeleito já tinha o diagnóstico, então poderia ter feito cortes e não esperar nove meses da segunda administração consecutiva. Se esse período tivesse sido aproveitado para um corte no tamanho da máquina pública, talvez não tivéssemos o vexame do rebaixamento da nota internacional do Brasil”, ponderou, referindo-se à recente decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s.
Ele também destacou que a situação da indústria no Rio Grande do Sul será ainda mais desafiadora. “Além do ajuste nacional, existe a tentativa do ajuste estadual com as mesmas características, ou seja, de sobrecarga no setor privado”, explicou.