Aos 23 anos, o Partido Verde (PV) ainda busca uma identidade. A filiação da senadora Marina Silva (PT-AC) será o caminho para o partido achar rumo e espaço no primeiro escalão da política brasileira. É a chamada "refundação", segundo palavras da própria parlamentar e de lideranças do PV. "Seria a discussão da tradução, do ponto de vista prático, da sustentabilidade", diz a senadora. "É o momento para o PV se consolidar, encontrar sua verdadeira vocação e se afirmar como partido programático", diz Alfredo Sirkis, vereador no Rio de Janeiro e fundador da legenda.
Com um conteúdo programático defasado, o PV ficou para trás na discussão ambiental. É o "primo pobre" entre coirmãos dos outros países. O PV brasileiro está longe da influência que as legendas da bandeira verde exercem em outras democracias. No Parlamento Europeu, o Partido Verde é a quarta bancada. É também voz importante no Parlamento e no governo da Alemanha.
No Brasil, é apenas a décima bancada na Câmara dos Deputados, com 14 parlamentares. Obteve somente 3,6% dos votos válidos em 2006. O PV não ocupa cadeira no Senado e comanda apenas uma prefeitura de capital, a de Natal, com Micarla de Souza. Ela é aliada do DEM no Estado, partido opositor ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, também aliado do PV, mas no plano federal. Dois integrantes do PV são ministros: Carlos Minc, no Meio Ambiente, e Juca Ferreira, na Cultura.
A consolidação do PV na política nacional passa, principalmente, por mudanças programáticas para "resignificar" o partido, segundo declarações de Marina Silva ao falar de sua filiação à legenda. Mudar, avaliam outras lideranças, é atualizar o programa elaborado no começo dos anos 90. Substituir a bandeira da ecologia pela do desenvolvimento sustentável. "O programa do PV está desatualizado. Precisamos reformulá-lo e também preparar um projeto de governo para os próximos cinco anos", afirmou Sirkis.
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