O ex-diretor financeiro da Assembleia Legislativa Rolando Romanzini, exonerado do cargo na última terça-feira, disse que a folha de pagamento passava por ele e outros três diretores. Ele alega, porém, que não era possível saber o valor individual de cada funcionário. "Só quem sabia quanto cada funcionário recebia era o diretor de pessoal", disse Romanzini.
Beneficiado por dezenas de pagamentos irregulares, com valores acima do teto estabelecido por lei, o ex-diretor financeiro chegou a prestar depoimento no ano passado ao Ministério Público Estadual. Segundo ele, o departamento de pessoal encaminhava para o primeiro-secretário da Casa um resumo da liberação da folha de pagamento em valores globais, ou seja, os salários de cada funcionário não eram discriminados. O primeiro secretário autorizava a folha e, em seguida, ela era assinada pelo diretor-geral e pelo diretor de pessoal. A ordem de pagamento então era enviada on-line para o banco. O diretor financeiro no caso, o próprio Romanzini era quem autorizava a instituição bancária a fazer os depósitos na conta dos servidores.
Até março de 2010, o diretor de Pessoal da Casa era Cláudio Marques da Silva, que foi preso no ano passado com Abib Miguel, o Bibinho, (diretor-geral) e José Ary Nassiff (administrativo), acusados de desviar pelo menos R$ 100 milhões dos cofres da Assembleia por meio de contratação de funcionários laranjas e fantasmas.
Os deputados Alexandre Curi e Nereu Moura, ambos do PMDB, foram procurados pela reportagem, já que os dois ocuparam a primeira-secretaria nos períodos em que os pagamentos irregulares, acima do teto constitucional, foram realizados. Moura não atendeu aos telefonemas e Curi não quis comentar o caso.
Nova gestão
Toda diretoria da Assembleia Legislativa foi substituída na última quarta-feira. O presidente da Casa, Valdir Rossoni, anunciou a nomeação de seus assessores mais próximos e outros nomes ligados ao grupo que vem administrando a prefeitura de Curitiba há mais de 20 anos.
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