Rodrigo Maia, presidente da Câmara, fez uma reunião com governadores nesta terça-feira (13)| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Os governadores de pelo menos 14 estados do Norte e Nordeste avisaram ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que entrarão em estado de calamidade pública em até duas semanas caso o governo não apresente uma solução em separado para a crise financeira desses locais. Eles deixaram claro ainda que possuem uma bancada grande no Congresso Nacional e que estão dispostos a pressionar pela causa em votações importantes. O ministro reafirmou o discurso dos últimos meses: não há espaço fiscal para uma ajuda extra.

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Esses governos regionais demandam por uma ajuda extra da União por meio da compensação das perdas do Fundo de Proteção aos Estados (FPE). Eles argumentam que o projeto de lei que renegocia as dívidas dos estados com a União e alonga os pagamentos por 20 anos, que já está no Congresso Nacional, não os auxilia, uma vez que essas regiões têm dívidas baixas.

O secretário de Fazenda do Rio Grande do Norte, André Horta, explica que os estados já estão com sérias dificuldades financeiras a vários meses e só não decretaram calamidade ainda porque esperavam um auxílio pela União.

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“Os estados já estão em calamidade. Só seguraram o decreto para não complicar ainda mais a situação do governo. Viemos apresentar essa situação para que o governo decida o que vai fazer sobre isso”, disse.

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), disse que a medida é uma forma de pressionar o governo federal:

“Seria péssimo para o país, mas nós precisamos de uma resposta”, declarou.

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Pelo cálculo dos estados, as perdas com o FPE somam R$ 14 bilhões. Os governadores pedem R$ 7 bilhões. Esse fundo reúne parte dos recursos arrecadados com alguns tributos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que são repassados aos estados. Com as desonerações concedidas nos últimos anos pela União, contudo, esses repasses foram diretamente afetados.

Meirelles lembrou aos governadores que a União vive uma situação fiscal complicada. Ele ponderou que os estados terão uma parte a receber com a arrecadação da repatriação de recursos no exterior, mas preferiu não se comprometer com uma expectativa de valores.

Outros estados

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), também compareceu à reunião. O Rio decreto estado de calamidade em junho por receio de colapso nas áreas da saúde, segurança, educação e mobilidade urbana e acabou recebendo um socorro de R$ 2,9 bilhões para viabilizar a realização dos Jogos Olímpicos. Segundo participantes do encontro, Pezão participou da reunião em solidariedade aos demais estados.

A ideia dos governadores era se reunir com o presidente da República, Michel Temer. O chefe de Estado, no entanto, não pode recebe-los e delegou a tarefa a Meirelles. Eles também se encontraram com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.