A contratação de parentes por parte de governadores não é exclusividade no Paraná. Além de Roberto Requião, que possui pelo menos seis familiares em cargos no governo, outros sete governadores praticam o nepotismo. O levantamento foi realizado pela Agência Estado e divulgado nesta segunda.
Os governadores que também empregam parentes são: Jackson Lago (PDT) do Maranhão; Teotonio Vilela (PSDB) do Alagoas; Cid Gomes (PSB) do Ceará; Aécio Neves (PSDB) de Minas; Blairo Maggi (PR) de Mato Grosso; Marcelo Miranda (PMDB) do Tocantins e Ana Júlia Carepa (PT) do Pará.
No Paraná, o PPS fez o pedido de uma ação no Ministério Público para que investigasse a prática de nepotismo no governo, mas a ação já se arrasta há mais de um ano sem que o governo tenha sido notificado oficialmente para que demita os parentes contratados. Há ações instauradas também no Maranhão e em Alagoas. No Ceará, há uma ordem para demitir parentes até o fim do mês.
Segundo a reportagem da jornalista Luciana Nunes Leal, o nepotismo não é crime previsto em nenhuma lei, mas os argumentos contra a prática recorrem ao artigo 37 da Constituição, que fixa normas para a administração pública. "a administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência", diz trecho do artigo.
No governo de Requião, ainda de acordo com a agência, são abrigados os irmãos Maurício, na Secretaria de Educação, e Eduardo, na superintendência do Porto de Paranaguá, além da mulher, Maristela, na presidência do Museu Oscar Niemeyer. Trabalham ainda em empresas estaduais um primo do governador, Heitor Wallace Melo e Silva, como diretor da empresa de saneamento do estado, e um sobrinho, João Arruda, diretor da companhia de habitação. Lúcia Arruda, irmã do governador do Paraná, é presidente do Programa Voluntariado Paranaense (Provopar), sem remuneração. Os secretários de estado do Paraná recebem R$ 11 mil mensais.
A Agência Estado informou que em seu levantamento procurou a assessoria do Palácio Iguaçu, mas não obteve resposta.
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