O desfecho do processo de escolha do candidato tucano à Presidência da República está nas mãos do prefeito José Serra, que deve dizer se aceita ou não uma disputa interna com o governador Geraldo Alckmin, que se manteve irredutível nas conversas do fim de semana, repetindo sempre: apoiará com entusiasmo a candidatura de Serra se ele for o escolhido do partido, numa instância mais ampla como o Diretório Nacional. Fora disso, mantém seu nome no páreo. Os governadores foram chamados pela trinca de coordenadores do processo a participarem nesta terça-feira em São Paulo das conversas finais e decisivas.

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Em São Paulo, Serra admitiu pela primeira vez nesta segunda-feira que se coloca como pré-candidato, desde que isso não signifique uma disputa interna. O prefeito disse que não pretende disputar prévias com Alckmin.

Partidários de Serra, no entanto, estão tentando convencê-lo de que teria maioria dos mais de 200 votos do Diretório Nacional se aceitasse a disputa. Nas conversas com Tasso Jeressati, presidente do partido, Fernando Henrique e Aécio Neves, o prefeito argumentou que tal disputa seria altamente nociva para o partido, que já iria fragilizado para a campanha. Disse o mesmo ao próprio Alckmin, na quinta-feira à noite. Mas depois vieram os apelos para que aceite a competição.

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Os partidários de Alckmin continuam exibindo autoconfiança. Dizem que o governador teria o apoio de cinco governadores, 19 diretórios estaduais, 38 deputados federais e outros tantos estaduais, que lhe dariam maioria no Diretório. Diante da situação criada, é possível, dizem fontes do partido, que nesta terça não seja anunciado um nome, como prometido, mas o procedimento a ser adotado para sua escolha.

Confiante de que será o candidato indicado pelo partido, Alckmin disse não fazer questão de disputar reeleição, caso seja o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, um mandato de quatro anos é suficiente, desde que se "trabalhe para valer".

De acordo com pesquisa feita pelo Centro de Pesquisa Motivacional (CPM Research), encomendada pela ONG Ágora do Eleitor, para 70% dos paulistanos Alckmin e Serra não devem deixar os cargos que ocupam para disputar outros.

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