Depois de atropelar a oposição, o governo estava disposto na terça-feira (26) à noite a indicar pesos pesados para os dois cargos de comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A expectativa é que o inquérito seja comandado por dois líderes do governo: a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que deve ser a presidente, e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que deve ficar com a relatoria. Ideli é líder do governo no Congresso e Jucá, líder do governo no Senado. A CPI também vai contar com um ex-presidente da República: o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) que, em 1992, sofreu impeachment.
A provável indicação de dois líderes para comandar a CPI da Petrobras é uma demonstração clara de que o clima no inquérito será de enfrentamento com a oposição. Era quase meia noite quando o PMDB divulgou a relação de seus indicados para integrar a comissão, que terá 11 titulares e sete suplentes.
Além de Jucá o líder do partido, senador Renan Calheiros (AL), escolheu os senadores Leomar Quintanilha (TO) e Paulo Duque (RJ) como titulares. Já Almeida Lima (RJ) e Valdir Raupp (RO) vão ficar na suplência.
Pelo bloco governista - PT, PR, PRB, PSB, PCdoB -, foram escolhidos os senadores João Pedro (PT-AM) e Inácio Arruda (PCdoB-CE), além de Ideli. Na suplência estão os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Delcídio Amaral (PT-MS). Para integrar a investigação sobre a Petrobras, Inácio Arruda terá de deixar a relatoria da CPI das organizações não-governamentais (ONGs). A ANP é controlada pelo PCdoB.
Oposição
A oposição também escolheu pesos pesados para a CPI da Petrobras. Os nomes dos oposicionistas devem ser protocolados nesta quarta-feira (27) pela manhã. O DEM pretende pôr na CPI os senadores Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA), como titular, e dar a Heráclito Fortes (PI) a suplência. Heráclito é presidente da CPI das ONGs, mas como suplente não precisa deixar este inquérito.
Já pelo PSDB deve ser oficializada a indicação de Sérgio Guerra (PE) e Alvaro Dias (PR) como titulares e Tasso Jereissati (CE) na suplência. O PDT indicou o senador Jefferson Praia (AM) e o PTB, os senadores Fernando Collor de Mello (AL) e Gim Argello (DF), este último como suplente.
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