Richa culpa PT por ocupação na Alep
Sem dar entrevistas desde o início do segundo mandato, o governador Beto Richa (PSDB) falou ontem com quatro emissoras de TV incluindo a éParaná, gerida pelo governo do estado. Nas entrevistas, ele atribuiu a ocupação da Assembleia a "baderneiros" ligados ao PT, e defendeu que o pacote de medidas de austeridade iria possibilitar a retomada dos investimentos no segundo semestre deste ano. A reportagem da Gazeta do Povo tentou entrevistar o governador, mas foi informada que ele só se manifestaria através de nota.
"Não posso admitir que baderneiros, arruaceiros e anarquistas se infiltrem em um movimento legítimo de professores", disse. Ele defendeu, também, que seu governo aumentou o salário dos professores em 60% e ampliou a hora-atividade em 75%.
Richa alega que as dificuldades de caixa se deve à "grave crise financeira" que o Brasil vive, e que isso exigiu "medidas de ajuste fiscal". Ele disse que a solicitação da aprovação do projeto em comissão geral chamado de "tratoraço" ocorreu por causa da "urgência do momento".
Em entrevista à RPC TV, o governador foi questionado se teria omitido a real situação das finanças do estado durante a campanha eleitoral. Ele negou isso, embora tenha admitido que o governo já encontrava "problemas" para efetuar o pagamento de algumas obras.
Richa defendeu que o projeto está sendo "mal compreendido", e pediu aos professores que "tomassem conhecimento" do teor. Ele disse que não apresentou nenhuma medida que afetasse a carreira dos servidores, incluindo mudanças nos quinquênios e anuênios. Vale lembrar que o projeto original extinguia quinquênios para servidores que ainda não tivessem atingido tempo de serviço para receber o benefício, e que esse artigo foi retirado no substitutivo apresentado pelos deputados da base de apoio.
O governador disse, ainda, que a fusão dos fundos de previdência não acarretaria o uso de dinheiro de aposentados para bancar despesas correntes, e que isso foi uma "informação deturpada por deputados de oposição mal intencionados". Segundo Richa, as medidas propostas permitiriam que o estado melhorasse "sistematicamente" nos próximos meses e possibilitariam que o segundo mandato fosse "melhor que o primeiro".
A retirada de pauta do "pacotaço" pode afetar a programação de pagamentos de fevereiro, afirma o governo. Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, o governo contava com a aprovação do projeto para pagar o salário dos servidores e outras obrigações no final deste mês. O principal problema, pela ótica do governo, é a manutenção do Fundo Financeiro, com déficit mensal de R$ 250 milhões. Pela proposta, ele seria unido ao Fundo Previdenciário, que é superavitário.
Segundo o secretário, o governo do estado hoje é responsável por cobrir o déficit . Com a fusão de um fundo deficitário com um superavitário, o estado não precisaria aportar recursos e poderia usar o dinheiro para outros fins como, por exemplo, o pagamento do funcionalismo. Ele admite que o governo já havia se programado para usar esse dinheiro "extra" em fevereiro.
De acordo com Sciarra, a secretaria da Fazenda deve fazer uma reavaliação das programações de pagamento e da capacidade de arrecadação do estado. A reportagem tentou contatar o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, mas não teve sucesso.
Sciarra não falou se há ou não o temor de atraso nos pagamentos do funcionalismo. Entretanto, é muito provável que, no mínimo, haja dificuldades para o governo honrar seus compromissos. No mês passado, o governo só conseguiu pagar o funcionalismo após os outros poderes devolverem R$ 152 milhões. É possível que esse expediente tenha que ser usado novamente isso, se ainda houver dinheiro suficiente em caixa nos prédios vizinhos.
Além disso, o governo não está pagando o terço de férias dos funcionários desde o final de novembro. Também há atrasos no pagamento do quinquênio e das promoções de policiais civis e agentes penitenciários, desde 2013. O Executivo também não pagou a rescisão de 29 mil professores temporários contratados em regime de Programa Seletivo Simplificado (PSS). Para completar, há uma dívida de curto prazo de R$ 1,2 bilhão com fornecedores.
Incompreensão
Para Sciarra ,a fusão dos fundos que compõem o Paranaprevidência tem sido mal compreendida pela população. "O projeto é expresso. Os recursos do fundo só podem ser usados com o pagamento de pensionistas e inativos", afirma. "É simplesmente uma fusão de fundos, ninguém vai colocar a mão no dinheiro da aposentadoria dos servidores", garante.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Lula não passa presidência para Alckmin e ministros assumem tratativas no Congresso; assista ao Entrelinhas
São Paulo aprova isenção de IPVA para carros híbridos; elétricos ficam de fora
Deixe sua opinião