O governo tem pressa em acelerar a votação do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara. O pedido de celeridade foi feito pelo ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) em reunião na manhã desta quinta-feira (03) com líderes da base aliada.
Segundo os líderes, a avaliação feita pelo governo é de que o tempo corre contra eles e que o melhor seria enfrentar o quanto antes a votação, mudando a pauta do impeachment.
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Os líderes aliados terão nova reunião com Berzoini na tarde desta quinta-feira para falar sobre as indicações que serão feitas pelos partidos para a comissão especial do impeachment. “O governo quer votar rapidamente, quer apressar. Mas tem que ver direitinho isso, tem um rito”, afirmou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).
A líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ) disse que a pressa do governo é para mudar a pauta para que possa governar com maior tranquilidade. “Não é questão de o tempo correr contra o governo. O que o governo quer é livrar o país dessa pauta para poder governar com mais tranquilidade”, disse Jandira, que será a titular do partido na comissão especial.
Na mesma linha, o líder do PT na Casa, Sibá Machado (AC), afirmou que a bancada do partido vai apoiar que o recesso parlamentar não ocorra. O objetivo é tentar resolver com agilidade a situação de Dilma. Para que o recesso seja suspenso, é necessário que haja uma votação em plenário.
A pressa na votação preocupa integrantes da oposição, que acreditam que a intenção do governo é aproveitar o momento, onde a mobilização pró-impeachment não está tão grande na sociedade como no início do ano.
Oposição
A liderança do PSDB na Câmara mudou de opinião e passou a defender que haja recesso parlamentar do final do ano. Segundo o líder do partido na Casa, deputado Carlos Sampaio (SP), a mudança se deu após percepção de que, ao defender o cancelamento do recesso, o governo está querendo desmobilizar os movimentos de ruas e, assim, diminuir a pressão popular sobre os deputados para o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Se for uma estratégia do governo para inviabilizar o impeachment, somos contra”, comentou.
O novo posicionamento do líder do PSDB na Câmara vai ao encontro do que disse o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (MG). Em entrevista mais cedo, o tucano mineiro defendeu que o recesso deve acontecer, para que, nesse período, os parlamentares possam sofrer pressão de suas bases eleitorais, para votarem a favor do afastamento de Dilma. Mais cedo, Carlos Sampaio tinha defendido que o recesso fosse suspenso, para que os trabalhos da comissão especial que vai analisar o processo de impeachment na Câmara pudessem avançar.
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