A base aliada ao governo se articulou nesta quinta-feira (5) para impedir a convocação do ex-ministro Antonio Palocci pela CPI dos BNDES. Ele comandou a Fazenda, no governo Lula, e a Casa Civil, durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.
Palocci prestou consultorias para empresas que fizeram contratos de financiamento com o BNDES, como o Grupo Caoa. Relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que o ministro movimentou em duas contas R$ 216,2 milhões, entre 2006 e março deste ano.
No caso da convocação de Palocci, não chegou haver votação nominal, quando há contagem de votos de cada deputado. Isso não foi obrigatório porque o presidente da CPI, Marcos Rotta (PMDB-AM), havia acabado de fazer uma verificação de votos em que o governo vencera por 17 a 6.
Numa demonstração de que PT e PMDB voltaram a se entender, os dois partidos votaram unidos - ora a favor, ora contra - na série de requerimentos de informações e convocações na comissão que investiga irregularidades no banco de desenvolvimento. A ação governista pegou de surpresa a oposição, que, sem alternativa, só pôde reclamar. “Hoje [quinta, 5] nós assistimos ao enterro desta CPI. O que vamos fazer aqui?”, disse a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). “O governo veio organizado para derrubar tudo”, completou Betinho Gomes (PMDB-PE).
Quase no final da sessão foi posto em discussão o requerimento de convocação do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. Não houve tempo de o requerimento ser apreciado. Contudo, numa votação anterior, com a anuência da base, foi aprovado o acesso aos contratos assinados entre o BNDES e as empresas de Bumlai. Ele também aparece nas investigações da Operação Lava Jato.
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