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O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse nesta quarta-feira que o ministério não tem poder para comprar equipamentos ou ônibus para os programas do Telecentro, que fazem parte do Programa de Inclusão Digital, pois, de acordo com Costa, isso é uma responsabilidade das prefeituras e entidades que fecham o convênio com a pasta. Ele acabou colocando nas mãos de seus antecessores a responsabilidade para explicar as acusações de possíveis irregularidades na compra de veículos envolvendo a máfia dos sanguessugas.

O ministro afirmou que ao assumir o cargo há um ano, substituindo o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB-CE), acabou cancelando contratos no valor total de R$ 15 milhões, por "problemas administrativos". Para este ano, a verba do programa é de R$ 66 milhões.

- Ao chegar aqui (Ministério das Comunicações), eu cancelei dezenas de Telecentros que estavam a caminho. Não tinham o procedimento administrativo correto - afirmou Costa que, mesmo eleito senador pelo PMDB mineiro, não tem as melhores relações com o ex-ministro Eunício Oliveira

Bastante cauteloso, Hélio Costa chegou a afirmar que ainda fará levantamento sobre os andamentos dos projetos antes de sua gestão, mas disse que, desde que está no comando da pasta, não encontrou nenhuma irregularidade. Ele acrescentou ainda que, quando detectou indícios de problemas, passou a fazer mais exigências para liberar recursos para Telecentros, cuja maioria é de programas firmados com prefeituras ou entidades assistenciais. Segundo ele, apenas um programa de Telecentro móvel, que utiliza ônibus, foi liberado em sua gestão, para a Universidade Federal de Minas Gerais.

O ex-ministro Eunício Oliveira também se defendeu. Afirmou que não havia emenda parlamentar nos projetos do Telecentro. De acordo com ele, a secretaria-executiva, sob o comando de Paulo Lustosa, era quem decidia os projetos.

- Não tenho informação sobre convênios cancelados. O ministro sequer perguntou a nós sobre os dados. É um tipo de lealdade partidária engraçada! - disse Lustosa.

Nesta terça-feira, a CPI dos Sanguessugas descobriu indícios de que a máfia acusada de vender ambulâncias superfaturadas para municípios, pagas com verbas de emendas parlamentares, pode ter atuado também no Ministério das Comunicações. Até agora, a comissão suspeitava de incursões do grupo nos Ministérios da Saúde, da Ciência e Tecnologia e da Educação.

- Temos indícios de que houve fraude em pelo menos um projeto para compra de ônibus para o programa de inclusão digital do Ministério das Comunicações - disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da CPI.

O ministro explicou ainda que parou de ceder verbas para Telecentros móveis porque são caros, custando o equivalente a três ou quatro Telecentros fixos.

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