Reportagem da revista "Época" publicada neste fim de semana revela um suposto esquema de fraudes e superfaturamento de projetos na Funasa, órgão ligado ao Ministério da Saúde, que envolveria o nome do presidente do Senado, Renan Calheiros.
Investigações do Ministério Público Federal, do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU), às quais a revista teve acesso, afirmam que nos últimos anos a Funasa fechou contratos por valores até dez vezes acima dos praticados no mercado.
Nesse período, a fundação era comandada por pessoas ligadas à Renan: o ex-deputado e ex-ministro Paulo Lustosa, presidente do órgão, e Paulo Roberto de Albuquerque Garcia Coelho, chefe do setor de logística.
A revista também traz uma entrevista com o advogado Bruno Miranda, ex-genro do lobista Luiz Coelho, tio de Paulo Roberto. Ele afirma que alguns contratos beneficiavam a empresa Brasfort. Um dos donos da empresa, Robério Negreiros Filho, é namorado de Flávia, filha do lobista Luiz Carlos Coelho e assessora de Renan Calheiros no Senado. As acusações de Miranda surgiram depois que ele se separou, de modo litigioso, de Flávia.
Outro lado
Procurado pela revista, Luiz Carlos Coelho disse desconhecer a existência de propinas na Funasa. O ex-presidente da Funasa Paulo Lustosa também nega participação em qualquer irregularidade. A assessoria de Renan disse: "todas as acusações objetivam produzir resultados na Justiça no processo litigioso de separação com uma funcionária do meu gabinete".
Caso Renan
O Conselho de Ética do Senado aprovou na última quarta-feira (5), por 11 votos a 4, o relatório que pede a cassação do mandato de Renan Calheiros. Calheiros é acusado, neste processo, de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Agora, o caso será remetido à comissão de Constituição e Justiça, que analisará a constitucionalidade da decisão. Em seguida, segue para votação no plenário. A cassação do mandato depende de aprovação por maioria dos senadores.
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