Tupiniquins e guaranis voltarão à área que disputam com a Aracruz Celulose, no norte do Espírito Santo, nesta quarta-feira. Os índios ainda não sabem se vão manter a derrubada de eucaliptos. De acordo com o cacique Jaguareté, a decisão será tomada por todo o grupo nesta quarta-feira.
Apesar de garantir que os indígenas vão para a área disputada, o cacique salientou que existe a possibilidade de não haver protesto, já que os índios foram informados que a Fundação Nacional do Índio (Funai) já protocolou parecer junto ao Ministério da Justiça.
O cacique Jaguareté informou que as tribos querem uma cópia desse protocolo. Em relação a reunião com o prefeito de Aracruz Ademar Devens, realizada durante a tarde, o chefe da tribo revelou que o administrador municipal queria apenas se inteirar dos fatos.
Durante toda a manhã desta terça-feira os indígenas continuaram a cortar pés de eucaliptos. Nos últimos dias foram derrubadas cerca de 36 hectares de uma plantação de eucaliptos da empresa. Segundo a Aracruz Celulose, os prejuízos já chegam a R$ 1 milhão.
Em nota, a Aracruz condenou as ações dos índios. A companhia entende que quaisquer reivindicações devem ser conduzidas dentro lei, para conquistar legitimidade e o aval da sociedade. De acordo com a nota, o que vem ocorrendo, ao contrário, é o desrespeito ostensivo às instituições. A empresa continua afirmando que as invasões põem em cheque investimentos, empregos, e o desenvolvimento futuro não apenas de um setor produtivo, mas de todo o país.
Um estudo feito pela Funai há nove anos aponta que 11 mil hectares usados pela empresa seriam de seis aldeias de tribos Tupi e Guarani de Aracruz. Está nas mãos do presidente da Funai em Brasília, Mércio Pereira, um parecer da Procuradoria Geral em favor dos índios. O documento está pronto há duas semanas, mas ainda não foi entregue ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que vai decidir quem vai ficar na terra.