O deputado Luiz Heinze (PP-RS), alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento nos crimes investigados pela Operação Lava Jato, prestou depoimento por cerca de uma hora e meia na manhã desta sexta-feira, 10, na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília.
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O parlamentar forneceu explicações a dois membros do Ministério Publico e a um delegado da Polícia Federal sobre a acusação de ter recebido propina no esquema ligado à Petrobras, delatado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da petroleira Paulo Roberto Costa. Em depoimentos prestados à PF como parte do acordo de delação premiada, Youssef disse que Heinze está entre os parlamentares do PP que recebiam pagamento mensal em troca de apoio à manutenção de Costa na diretoria de Abastecimento.
Heinze disse que se dispõe a abrir mão de seu sigilo telefônico, bancário e fiscal a fim de mostrar que não recebeu propina. Ele afirmou ainda que apresentou à PF uma lista mostrando como ele votou em diversos projetos que tramitaram na Câmara dos Deputados. Com isso, ele pretende mostrar que é um parlamentar ligado à oposição, e que votou contra o governo em vários projetos. “Sou um deputado mais ligado à oposição. Se é que pagaram para votar (a favor do governo) eu não votei”, disse à reportagem ao deixar a sede da PF em Brasília.
O deputado disse ainda que “vários parlamentares de seu partido citados são inocentes” e que não tiveram envolvimento com o esquema de propina abastecido pela Petrobras. “O protagonista principal é o PT. Nós inocentemente estamos arrolados”, disse.
Conforme divulgou o jornal O Estado de S. Paulo, os parlamentares investigados na Lava Jato têm se queixado do “constrangimento” de se apresentarem à Polícia Federal. Segundo relatos de interlocutores, o pedido é para que os próximos possam depor na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR). Já prestaram depoimento à PF os deputados do PP-RS Jerônimo Goergen e Renato Molling, na última quarta-feira, além dos senadores do PT Lindbergh Farias (RJ), Humberto Costa (PE) e Gleisi Hoffmann (PR), que foi acompanhada do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo.