Irmão de Celso Daniel não quis gravar mensagem para a campanha de Lula em 2002

Bruno Daniel, irmão do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel, rebateu acusação de Gilberto Carvalho de que ele e seu outro irmão, João Francisco, estariam 'servindo a um jogo político', conforme dissera o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bruno Daniel afirmou que o único interesse da família é esclarecer a verdade sobre a morte de Celso Daniel.

O irmão do prefeito lembrou que João Francisco foi procurado pelo PT para participar da campanha eleitoral de Lula em 2002 e que o depoimento para a televisão não foi gravado porque a família não queria levar para a política sua luta pelo esclarecimento sobre a morte de Celso Daniel.

- Nosso objetivo não era politizar a questão, mas ter claro o foco de investigar o real motivo da morte de Celso Daniel - disse Bruno.

Gilberto Carvalho respondeu dizendo que na época João Francisco estava preocupado em sofrer retaliação, caso não gravasse a mensagem de apoio a Lula e o PT vencesse a eleição. Segundo o assessor de Lula, isso demonstra que havia uso político por parte de João Francisco. Carvalho contou ter dito aos irmãos de Celso Daniel que não haveria retaliação e que não é desse jeito que o PT trabalha.

- Em nenhum momento eu disse que a sua intenção, ou a do João Francisco, ou a da família, fora de motivação política. Eu disse que a conduta de vocês estava favorecendo uso político e você acaba de me ajudar dando exatamente um exemplo concreto, que eu nem me lembrava, de uma tentativa concreta, precisa, de uso político - falou Carvalho, voltando-se para Bruno Daniel.

O irmão de Celso Daniel lembrou que o depoimento de João Francisco acabou não se realizando e que ele depois foi processado pelo deputado José Dirceu.

- João Francisco foi processado depois de reiteradas manifestações públicas e que o deputado José Dirceu, sentindo sua honra ofendida, decidiu processar. Um processo normal, tem nada a ver com governo e com retaliação - respondeu Carvalho.