A decisão do governo do estado de isolar o Centro Cívico até a próxima quinta-feira (30) divide especialistas. Representantes das principais associações que representam policiais militares do Paraná têm visões divergentes em relação à operação. O cerco foi definido neste sábado (25) e será mantido até que a Assembleia Legislativa vote dois projetos do programa de ajuste fiscal.

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Governo convoca mais de mil policiais para cercar Centro Cívico

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O presidente da Associação dos Praças do Estado do Paraná (Apra-PR), Orélio Fontana Neto, avalia que, do ponto de vista técnico, a operação está correta e deve ser eficaz. Ele entende que o governo está preparando para evitar conflitos.

“Está se isolando alguns pontos, fazendo um planejamento dentro do terreno – o que chamamos ‘teatro de operações’ – e alocando policiais em pontos para evitar tumultos. Esse planejamento é importante tecnicamente para minimizar problemas. O movimento é legítimo, mas essa preparação é importante até para manter a integridade dos manifestantes”, apontou.

Por sua vez, o presidente da Associação de Defesa de Direitos dos Policiais Militares (Amai), coronel Eliseo Furquim, coloca em dúvida o sucesso da operação. Ele pondera que o longo período e a área de abrangência do cerco podem ser complicadores à ação policial.

“É uma operação semelhante à feita na Copa do Mundo. Se isola uma grande área por um ou dois dias. Mas manter um cerco como este por cinco ou seis dias não é tarefa fácil. É uma aventura muito grande. Vai haver um desgaste muito grande para os policiais que estarão trabalhando. Também vai desgastar os moradores da área e a sociedade como um todo”, avaliou.

Escalas

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A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) pretende usar mais de 1,2 mil policiais no cerco. Serão cinco equipes, com cerca de 220 policiais, cada uma. Segundo Fontana, em operações como esta o Estado costuma remanejar agentes de outras regiões, além de convocar os que estariam de sobreaviso ou folga.

Furquim aponta que o cerco deve contar com pontos fixos – por volta de 50 – onde os policiais se manterão. “Vai haver confrontos? Provavelmente alguns. Deve haver rompimentos? Provavelmente alguns. O governo tem que prever os esforços que terá que fazer. Me parece que o policial não está com disposição de bater em professor, até porque a situação da tropa não é das melhores. É uma tropa desmotivada”, observou.