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Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira na sede do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson disse que sempre soube que seria cassado e que por isso fez na véspera um discurso de depedida no plenário. Disse que vai pedir aposentadoria porque "a vida vai ficar difícil" para ele daqui para frente e afirmou que será o único a ser cassado. O petebista denunciou um suposto acordo entre o PSDB e o PT para limitar as cassações e evitar investigações sobre o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e sobre os fundos de pensão.

Jefferson fez um apelo para que seu partido se afaste do governo e cobrou que o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, cumpra a promessa que teria sido feita de que, a partir do momento que ele (Jefferson) atacasse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro se desligaria do PTB.

- É hora de Walfrido fazer isso, senão vai reduzir o PTB ao Ministério do Turismo e o Ministério do Turismo é um traque, e o PTB não é um traque. Não podemos permitir que o PSDB e o PFL se assenhoreiem (tomar posse) de nosso discurso de oposição. Fomos nós que tiramos a máscara do PT e do governo Lula. Quem toca a política econômica é a turma do FMI, a mesma do governo Fernando Henrique - afirmou, pedindo que seu partido não se alie mais ao PT:

- Com esses caras não. Com todo mundo, menos com o bode barbudo.

Jefferson disse que vai retirar o processo de cassação contra o líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), porque não tem prova robusta contra ele, mas vai manter a representação contra o deputado José Dirceu (PT-SP). O ex-deputado disse ainda que "caiu de pé e não se ajoelhou".

Jefferson disse ter sido vítima de uma injustiça e de um processo fascista no Conselho de Ética da Câmara e brincou com os 313 votos dados para sua cassação e o número da legenda do PT. Segundo ele, 300 votos foram dados pelos "picaretas" do presidente Lula, uma referência a uma frase antiga de Lula sobre os parlamentares, somados ao número 13 do partido do presidente.

- Eu sabia que ia ser cassado, só não sabia que ia ser esse número cabalístico. São os 300 picaretas do Lula mais os 13 do PT.

Jefferson disse que a decisão foi política e que estava condenado desde o dia 14 de junho porque teria rompido com os costumes da Câmara e aproveitou para atacar o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Luiz Gushiken, a quem chamou de "japoranga".

- Eu rompi com a Casa, rompi com os costumes da Casa. Eu não vou transferir a minha culpa para ninguém. Meu nome é Roberto Jefferson, não é José Genoino. Não vou transferir a culpa para o tesoureiro. Eu assumo a culpa, eu recebi o dinheiro.

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