Após votar neste domingo em São Paulo, nas eleições que escolhem os novos dirigentes do PT, o deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP) defendeu o governo Lula, fez críticas a colegas de partido, embora não tenha citado nomes, e mostrou confiança tanto na vitória da chapa do Campo Majoritário quanto na recuperação do PT na mais grave crise de seus 25 anos de história.
Cerca de 800 mil petistas estão habilitados a votar até as 17h deste domingo, em todo o Brasil, numa eleição que pode acabar com dez anos de hegemonia do Campo Majoritário, corrente que dominou o PT nos últimos dez anos sob a liderança de Dirceu. Apesar de não existirem pesquisas, todos os prognósticos apontam mesmo para um segundo turno, que deverá acontecer no dia 9 de outubro, entre os dois candidatos mais votados neste domingo.
Em uma longa entrevista coletiva, o ex-ministro reafirmou que não está envolvido nos empréstimos e operações de caixa 2 do partido porque não participa das decisões administrativas e financeiras do PT desde 2002. O deputado disse mais uma vez que vai se defender sozinho no processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.
"Não estou pleiteando nada. Eu já dei ao PT o que podia e não cobro nada nem do partido nem do presidente Lula. Ninguém precisa me defender, eu vou me defender sozinho. Estou com a consciência tranqüila, tenho provas de minha inocência. Eu tenho responsabilidade. Ao contrário de muitos da Executiva, de muitos da direção nacional do PT, eu não fujo das minhas responsabilidades, porque isso não é da minha personalidade", afirmou ele, sem citar ninguém.
O ex-ministro defendeu o governo, embora tenha ressaltado que "podia ter avançado mais em muitas questões". José Dirceu disse ainda que o presidente Lula vai concorrer à reeleição "porque tem feito o melhor governo nas duas últimas décadas". "Muita gente se diz desiludida e traída. Eu não estou desiludido nem traído".
Sobre a situação do PT, o deputado disse que o partido fará as mudanças que precisam ser feitas e sobre as denúncias contra o partido e o governo, completou: "Como diz o presidente Lula, a verdade aparecerá".
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