A Justiça Federal determinou à Polícia Federal (PF) abertura de inquérito para investigar telefonemas que o delegado Protógenes Queiroz, da Operação Satiagraha, teria feito para a Nexxy Capital Brasil Ltda., que pertence ao empresário Luiz Roberto Demarco. Adversário do banqueiro Daniel Dantas - controlador do Grupo Opportunity e condenado a 10 anos de prisão por corrupção ativa -, Demarco é citado na decisão do juiz da 7ª Vara Federal, Ali Mazloum, que abriu ação penal contra Protógenes por violação de sigilo e fraude processual.

CARREGANDO :)

Mazloum não faz acusação a Demarco, mas ressalta que ele está "envolvido em diversas demandas judiciais de natureza comercial, como é público e notório, com Dantas, réu na Operação Satiagraha". "Esse inusitado fato deverá ser exaustivamente investigado, com rigor e celeridade, para apurar eventual relação de ligações com a investigação policial em questão, vez que inadmissível e impensável que grupos econômicos, de um lado ou de outro, possam permear atividades do Estado", afirmou o juiz. "Devem-se esquadrinhar os fatos, até mesmo para que não reste suspeita, mínima que seja, de interesses escusos a mover o aparato estatal.

Na Satiagraha, Protógenes monitorou um funcionário da Nexxy, que teve dois telefones grampeados. A quebra do sigilo do delegado, segundo o magistrado, "acusa no período de fevereiro a agosto de 2008 mais de cinquenta telefonemas entre Protógenes e as empresas PHA Comunicação e Nexxy". A PHA é do jornalista Paulo Henrique Amorim, que seria amigo de Demarco.

Publicidade

"Nunca falei com Protógenes e gostaria que alguém apresentasse prova disso", reagiu Demarco, indignado. "Ainda que falar com um delegado não configure crime, quero crer que intencionalmente alguém tenta fazer uma confusão para misturar o trabalho de um jornalista que fala com sua fonte, no caso Paulo Henrique e Protógenes, tentando me envolver em algo que não tenho participação.

Em seu blog, Amorim "confessou" que usa os telefones de sua empresa e faz ligações para Protógenes e Demarco. "Telefono para o delegado Paulo Lacerda. Para o juiz Fausto De Sanctis. Para os procuradores De Grandis e Anamara Osório, vítimas de implacável cerco político e/ou judicial do passador de bola abocanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas."

Veja também
  • De Sanctis é alvo de novo processo administrativo
  • Procuradores apoiam juízes notificados por TRF-3
  • Brasil pede a EUA para manter bloqueio de verba de envolvidos na Satiagraha
  • CPI aprova relatório que pede indiciamento de Dantas