Os advogados de Suzane von Richthofen acenam com o uso de mecanismos judiciais que podem impedir que ela seja julgada na nova data prevista, 17 de julho. O primeiro deles é que Suzane não seja julgada junto com os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, pois a linha de defesa dos dois é antagônica - um acusa o outro. Para que isso ocorra, basta que os advogados discordem dos jurados sorteados (são sete) no dia da sessão. Outro é a exibição da fita da entrevista que ela deu ao 'Fantástico', na qual aparece sendo orientada a chorar diante das câmeras pelos advogados.
Um dia depois de abandonar o Tribunal do Júri e inviabilizar o julgamento de Suzane - ela seria julgada sozinha, antes dos irmãos Cravinhos - os advogados entraram com mais um hábeas-corpus no Superior Tribunal de Justiça para impedir que a entrevista que ela deu ao 'Fantástico' continue a integrar os autos do processo e seja exibida aos jurados. Tentam ainda que, caso o STJ não dê a liminar pedida, o julgamento não seja realizado até que ocorra uma decisão final sobre a questão. O pedido havia sido negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Se a fita não for retirada dos autos, os advogados pedem que o STJ proíba a apresentação durante o julgamento e a veiculação de trechos da fita que contém a conversa entre os advogados e a acusada. Se nada disso for aceito, pedem então que o julgamento seja interrompido até a decisão final.
Quanto a ser julgada sem os Cravinhos, não é difícil. Se não houver consenso entre os advogados deles e os de Suzane em relação aos jurados sorteados, os primeiros a ser julgados devem ser justamente os dois irmãos, já que os dois estão presos e aparecem primeiro na denúncia da Promotoria, por terem sido os autores da morte do casal Marísia e Manfred von Richthofen. Foram os dois que deram as pauladas que mataram os pais de Suzane. Ela abriu a porta para que entrassem e acendeu a luz do corredor para indicar o quarto onde os pais dormiam.
O ministro Nilson Naves deverá decidir sobre a exibição da entrevista. A fita mostra a conversa de Suzane e seu advogado, em que ele orientava a cliente para a entrevista concedida à Rede Globo. A entrevista foi veiculada no dia 9 de abril. No dia seguinte, a pedido do Ministério Público, foi decretada a prisão preventiva de Suzane. A prisão foi transformada em prisão domiciliar no dia 26 de maio pelo ministro Nilson Naves.
O pedido para incluir a fita da entrevista nos autos do processo foi feito pelo Ministério Público. O desembargador Damião Cogan, do Tribunal de Justiça de São Paulo, negou pedido dos advogados de Suzane para retirar as fitas dos autos. Ele argumentou que a manutenção da fita não coloca Suzane em risco e que "a entrevista foi voluntariamente gravada pela paciente e, em nenhum momento, a mesma entrou em detalhes sobre o crime que lhe é imputado".
Os advogados acham que a fita pode levar à condenação de Suzane e que é uma prova ilícita, já que ela e o advogado não sabiam que estavam sendo gravados no momento em que Suzane é orientada a chorar. Dizem ainda que a cena foi editada e que a exibição viola o sigilo que a lei prevê para a conversa entre advogado e cliente.
Braga Netto repassou dinheiro em sacola de vinho para operação que mataria Moraes, diz PF
Defesa de Braga Netto diz que provará que não houve obstrução das investigações
Parlamentares de direita e integrantes do governo repercutem prisão de Braga Netto
Da revolução à ruína: a fraqueza original que selou o destino do comunismo soviético