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Julgamento do mensalão no STF não respinga no governo, diz Tarso Genro

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Matéria da Gazeta do Povo mostra que parlamentares paranaenses envolvidos com mensalão estão vivendo muito bem

Dois anos depois de serem apontados como protagonistas do escândalo do mensalão, a vida não está nada ruim para três dos paranaenses envolvidos no episódio. José Janene, José Borba e Emerson Palmieri continuam ligados à política. O primeiro se aposentou como deputado federal, mas ainda exerce um cargo expressivo no PP. Borba renunciou ao cargo na Câmara Federal, mas tem pretensões de se candidatar já no ano que vem. E Palmieri passou de tesoureiro para 1.º secretário nacional do PTB. Mesmo atuantes, saíram da mídia e seus nomes só voltaram à tona agora, com a divulgação da lista de 40 acusados que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga a partir de hoje. Leia reportagem completa

Procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza é o "paranaense" da moda

Brasília – O "paranaense" da moda no cenário nacional não é político, artista ou jogador de futebol. Nascido em Fortaleza (CE), o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, foi criado em Curitiba, onde fez carreira e com a qual mantém o vínculo. A notoriedade surgiu graças à independência em relação ao presidente Lula, responsável pela sua nomeação, em 2005.

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Dois anos depois de abrir investigação sobre o escândalo que provocou a maior crise política no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Supremo Tribunal Federal inicia nesta quarta-feira (22) o julgamento do caso do mensalão, como ficou conhecido o esquema montado para distribuir recursos para partidos aliados ao governo. Em dois anos, 27 dias e 14 mil páginas de investigação, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal mapearam o dinheiro que irrigou o valerioduto. O julgamento será transmitido pela TV.

Saíram das contas do empresário Marcos Valério, o operador do mensalão, pelo menos R$ 40,5 milhões em benefício de 178 pessoas, aponta um dos 140 apensos do inquérito. Os depósitos foram apelidados pelos investigadores de kit mensalão, por reunirem as mesmas características.

Entre os denunciados pelo Ministério Público que começam a ser julgados nesta quarta pela manhã estão personagens importantes para a eleição do primeiro mandato do presidente Lula, com cargos de direção no PT e atuação destacada no governo, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, o ex-presidente do PT José Genoíno, o ex-deputado Roberto Jefferson, o ex-minsitro da Secretaria de Comunicação da Presidência Luiz Gushiken, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.

Na terça (21), o STF viveu um dia de agitação atípica, na véspera do julgamento que decidirá, se aceita ou não a denúncia contra os 40 acusados. Se a denúncia for aceita, começa a ação penal contra o grupo - que pode demorar, pelo menos, de dois a três anos. Oito dos dez atuais integrantes do tribunal reuniram-se no gabinete da presidente, Ellen Gracie, num encontro omitido da agenda oficial do STF.

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O encontro, segundo explicação oficial, foi para acertar detalhes burocráticos do julgamento. Antes da reunião, o relator do inquérito, o ministro Joaquim Barbosa, reagiu com irritação a especulações de que o Planalto teria tido acesso ao seu voto e à opinião dos colegas. "O governo não funciona no meu gabinete", retrucou o ministro, indicado por Lula para o STF em maio de 2003.

O texto do procurador-geral Antonio Fernando de Souza aponta para a existência de uma "sofisticada organização criminosa" chefiada pelo ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT-SP). Na segunda-feira (20), Dirceu voltou a dizer que vai provar sua inocência. Em nota publicada em seu blog intitulada "Resposta a algumas inverdades", Dirceu também nega notícias de que dê "consultoria secreta" e faça lobby para empresas.

Serão cinco etapas até que a presidente do STF, Ellen Gracie, proclame a decisão. Cada fase deve ser interrompida por inúmeras questões de ordem dos ministros. "Os debates são imponderáveis. Muitas vezes, uma questão anódina leva horas para ser resolvida e o que poderia causar polêmica passa batido", diz Joaquim Barbosa, relator do inquérito.

Designado para a função por sorteio, Barbosa lerá o relatório em que resume a denúncia. A temperatura deve subir logo em seguida, quando a palavra for dada a Antonio Fernando de Souza. Ele também terá uma hora para dizer por que, em sua opinião, os ministros devem transformar o inquérito em ação penal.

Lula já espera aceitação da denúncia

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O presidente Lula foi informado por assessores que o STF deverá acolher a denúncia do procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza contra políticos, empresários e lobistas acusados de envolvimento com o mensalão. Mas a expectativa dentro do governo é de que o STF rejeite a denúncia referente a alguns crimes, como formação de quadrilha.

O presidente não vê a apreciação do caso pelo STF como um julgamento moral do governo. Para ele, os crimes estão sendo atribuídos a colegas de partido e não especificamente ao governo. "Para o presidente algumas pessoas cometeram erros e terão que se explicar por isso", disse um dos mais freqüentes interlocutores de Lula.