Juiz determina transferência de Rene Luiz Pereira para Catanduvas
O juiz federal Sérgio Moro determinou nesta quarta-feira (17) a transferência de Rene Luiz Pereira, acusado de tráfico de drogas no caso Lava Jato, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Oeste do Paraná. A decisão, de acordo com o despacho, ocorre porque a presença de Pereira não é mais necessária nas audiências em Curitiba. "Havendo indícios de seu envolvimento em grandes carregamentos de drogas e em lavagem de dinheiro de vulto, entendo que Rene Luiz Pereira reúne o perfil de presos próprio para os presídios federais, conforme previsão da Lei", diz um trecho do documento. A transferência deve ocorrer assim que a vaga na Penitenciária for disponibilizada.
O advogado do réu, Sérgio de Paula Emernciano, não quis comentar a transferência já que, segundo ele, ainda não tem conhecimento da decisão. Pereira está preso atualmente na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Juiz nega pedido de revogação de prisão preventiva de André Catão de Miranda
A Justiça Federal negou nesta quarta-feira (17) o pedido de revogação da prisão preventiva de André Catão de Miranda, feito pelo advogado Marcelo de Moura Souza. Miranda é acusado de tráfico de drogas em uma das dez ações penais decorrentes da Operação lava Jato, da Polícia Federal.
"De todo modo, remanesce, por ora, o entendimento deste Juízo que levou à decretação da preventiva. Na sentença, examinarei com profundidade as provas e a necessidade ou não da manutenção da preventiva de André Catão, bem como dos demais acusados", diz o juiz Sérgio Moro em um trecho da decisão.
Miranda está preso desde o início do processo na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele é acusado de realizar operações de câmbio para Carlos Habib Chater.
O advogado de Miranda não foi localizado pela reportagem da Gazeta do Povo para comentar a decisão.
- Doleiro Alberto Youssef é condenado a quatro anos de prisão
- Com silêncio de Costa, oposição associa desvios na Petrobras ao PT
- Ministro libera revista que liga Cid Gomes a Lava Jato
- Paulo Roberto Costa se recusa a responder perguntas em sessão na CPI da Petrobras
- CPI da Petrobras tentará ouvir Costa em sessão fechada
- Governo e base aliada agem para evitar danos do depoimento de Costa
- Ex-diretor da Petrobras deixa Curitiba para depor à CPI
- Laranja de doleiro aceita delação premiada
A Justiça Federal no Paraná está próxima de finalizar a segunda investigação relacionada a operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). O processo é o que trata dos crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro relacionada ao tráfico e tem por acusados Alberto Youssef, André Catão de Miranda, Carlos Habib Chater e Rene Luiz Pereira, entre outros. Este deverá ser o segundo dos dez processos da Lava Jato na Justiça do Paraná a chegar a reta final. No início do mês, um processo já havia sido suspenso pela Justiça Federal.
De acordo com o despacho do juiz Sérgio Moro divulgado nesta quarta-feira (17), o Ministério Público Federal (MPF)tem seis dias úteis para apresentar suas alegações finais sobre o caso. Em seguida, as defesas dos réus têm o mesmo prazo para entregar suas alegações. "Apesar da relativa complexidade do caso, é necessário o rápido julgamento", afirma Moro no despacho. Antes da decisão, o juiz ouviu o depoimento de Youssef, Catão de Miranda, Chater e Pereira durante audiência realizada nesta quarta-feira em Curitiba.
O advogado de Alberto Youssef, Antônio Augusto Lopes Figueiredo Basto, diz estar otimista em relação a uma possível absolvição do cliente na ação penal. "Não há prova nenhuma contra meu cliente. O relator da Polícia Federal isentou totalmente Youssef da responsabilidade", afirmou. "Em um ambiente isento não tenho dúvida que meu cliente será absolvido. Ele nunca teve envolvimento com narcotráfico", garante Basto.
O advogado de Carlos Habib Chater, Ticiano Figueiredo de Oliveira, também acredita na absolvição do cliente. "As pessoas dentro desse processo sequer se conheciam. Não tem qualquer prova", disse o advogado. Oliveira afirmou que uma possível absolvição de Chater vai aumentar a expectativa em relação as demais ações penais. "Em um processo complicado como esse qualquer vitória dá um ânimo para a defesa", afirmou.
Sérgio de Paula Emerenciano, advogado de Rene Luiz Pereira, evitou falar em absolvição do cliente. "Estava tendo um entendimento equivocado de que estaria acontecendo tráfico de drogas. Nenhuma das testemunhas faz qualquer relação a isso", disse o advogado.O advogado de André Catão de Miranda, Marcelo de Moura Souza, não foi localizado para comentar o assunto.
Entenda o caso
A ação penal acusa Rene Luiz Pereira, Sleiman Nassim El Kobrossy, Maria de Fátima Stocker (presa na Espanha), Carlos Habib Chater, André Catão de Miranda e Alberto Youssef de tráfico de drogas e lavagem de produto de tráfico. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Rene e Sleiman Nassim El Kobrossy integravam uma quadrilha internacional dedicada ao tráfico de cocaína. A droga seria adquirida na Bolívia e no Peru.
Carlos Habib Chater foi identificado como operador do mercado de câmbio paralelo (doleiro) e a investigação apontou que ele estaria envolvido em práticas de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, ele realizava operações ilegais de câmbio em favor de Rene e Sleiman. Maria de Fátima Stocker teria participado das operações de câmbio ilegais. André Catão de Miranda é apontado como subordinado de Habib, sendo responsável pela parte financeira das operações de câmbio ilegais.
Alberto Youssef é acusado de ter prestado auxílio material nas operações financeiras ilegais descritas nessa ação penal. Maria de Fátima, Rene e Sleiman, junto com Habib e com a ajuda de André Catão efetuaram operações ilegais de câmbio entre agosto e setembro de 2013. Eles teriam enviado à Bolívia um valor de US$ 124 mil. Youssef teria auxiliado Habib na prática do crime.
Lava Jato
Deflagrada no dia 17 de março, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, desarticulou uma organização que tinha como objetivo a lavagem de dinheiro em seis estados e no Distrito Federal. De acordo com as informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), os acusados movimentaram mais de R$ 10 bilhões. Por enquanto, há dez ações penais em andamento na Justiça Federal decorrente das investigações.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?
“Esmeralda Bahia” será extraditada dos EUA ao Brasil após 9 anos de disputa
Deixe sua opinião