O Tribunal de Justiça de São Paulo indeferiu na noite desta quinta-feira o pedido dos advogados de defesa de Suzane von Richthofen para que a fita com a entrevista concedida por ela ao Fantástico, da Rede Globo, no último mês de abril, não fosse exibida aos jurados e ao público. A decisão foi do desembargador Damião Cogan.
A entrevista foi feita quando Suzane ainda estava em liberdade provisória. As imagens mostraram que durante os intervalos da gravação, os advogados orientaram Suzane a mostrar que estava abalada, frágil. Os advogados inclusive orientaram Suzane a chorar diante das câmeras.
O tutor e advogado de Suzane, Denivaldo Barni, disse que orientou Suzane a chorar para o irmão e não diante das câmeras.
A estratégia da defesa de Suzane é mostrar uma garota frágil, que perdeu a virgindade com o namorado Daniel. Os advogados querem mostram que ele amava o rapaz e foi coagida a praticar o crime.
- A Suzane era uma pessoa dominada pelo namorado. Era um capacho, um cachorrinho e estava apaixonada - disse o novo advogado dela Mauro Otavio Nacif.
Os advogados de defesa também querem impedir que qualquer imagem do julgamento seja transmitida pela tevê. A justiça autorizou imagens do início e do final da sessão, mas a defesa de Suzane alega que isso pode inibir os jurados a absolverem Suzane. Se a imagem deles for veiculada, o temor é que eles sofram algum tipo de represália.
Antes mesmo do início do julgamento de Suzane von Richthofen, as polêmicas entre a promotoria e a defesa já começaram. Até o lugar onde ela vai dormir virou assunto de discórdia. Os promotores querem que ela permaneça na carceragem do Fórum da Barra Funda durante os dias do julgamento. Segundo eles, o Superior Tribunal de Justiça deu a Suzane e o direito de prisão domiciliar somente 'até' o julgamento. Portanto, ela deve dormir na carceragem do fórum. Para a defesa, no entanto, a prisão domiciliar deve ser mantida até a leitura da sentença, e, portanto, Suzane pode ir dormir na casa do ex-tutor, Denivaldo Barni, todos os dias do julgamento.
- A prisão domiciliar é só até o julgamento, que termina quando o juiz lê a sentença. Enquanto isso, a jurisdição é do presidente de júri - diz o promotor Nadir Campos Junior.
A decisão sobre onde dormirá Suzane deverá ser tomada na segunda-feira pelo juiz Alberto Anderson Filho.
Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos vão ficar na carceragem do fórum, já que eles não obtiveram o benefício de prisão domiciliar.
O julgamento começa às 13h de segunda-feira. De 21 nomes convocados, sete serão sorteados para participar do júri que decidirá a sentença.