A força-tarefa da Operação Lava Jato voltou a denunciar o ex-deputado federal André Vargas (ex-PT e sem partido). Outras três pessoas que participaram do esquema de desvio de recursos da Caixa Econômica Federal também foram denunciadas. Segundo os procuradores, Vargas recebeu R$ 1,6 milhões provenientes de um contrato de consultoria assinado entre a Caixa e a empresa IT7 Sistemas, que só teria sido possível devido à ingerência do então deputado na empresa.
André Vargas e mais três pessoas foram denunciadas pelo crime de lavagem cometido três vezes. Além da condenação, o Ministério Público Federal (MPF) pediu que os acusados devolvam R$ 2,3 milhões, montante calculado como desviado do contrato entre IT7 e Caixa. Vargas já foi condenado a 14 anos por recebimento de propina.
Os investigadores afirmam que, para ocultar a origem ilícita dos valores obtidos, Leon Vargas, irmão do ex-deputado, e Marcelo Simões, representante da IT7, celebraram um contrato falso de consultoria empresarial. Em sua condenação, André Vargas foi condenado por ter recebido valores desviados de outro contrato com a Caixa, dessa vez com a empresa Borghi Lowe Propaganda e Marketing.
Na nova denúncia, o MPF cita que André Vargas recebeu uma ligação da secretária de Clauir dos Santos, diretor de Marketing da Caixa, no mesmo dia da assinatura de contrato entre a IT7 Sistemas e a Caixa Econômica Federal.
“Já reconhecido, portanto, que André Vargas valeu-se de sua condição de deputado federal e vice-presidente da Câmara dos Deputados para interferir nas contratações da Caixa Econômica Federal”, afirmaram os procuradores.
Após a assinatura do contrato, as empresas Arbor e AJJP, comandadas por Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef e também denunciada, emitiu notas fiscais contra a IT7 Sistemas. Na data do pagamento de R$ 48 milhões da Caixa pelo contrato, Marcelo Simões passa por e-mail a Meire os dados da IT87 para a emissão das notas fiscais.
Em documentos apreendidos na sede da Arbor Consultoria, comandada pro Meire Poza, o MPF encontrou uma planilha que detalhava as notas fiscais emitidas separada de acordo com os clientes de Alberto Youssef - entre eles, André Vargas aparece relacionado à nota fiscal da IT7 Sistemas.
“Não há como se cogitar que tenha ocorrido a prestação dos serviços por parte das emrpesas Arbor e AJJP em favor da IT7 Sistemas, também porque Meire Poza exerceu papel não só de mera contadora de Alberto Youssef e de suas empresas de fachada, mas de agente atuante na ação criminosa do doleiro”, afirmou o MPF na denúncia.
A IT7, então, realizou os pagamentos à empresa de Meire Poza. Após os créditos nas contas, foi gerado dinheiro em espécie para repasse em favor de André Vargas. Os valores chegaram a R$ 1,6 milhões e foram entregues, segundo os investigadores, para Leon Vargas no apartamento funcional do então deputado em Brasília.
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