Reunião de líderes da base governista que aconteceu nesta quinta-feira para decidir o apoio a CPI da Petrobras| Foto: Antonio Cruz/ABr

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou nesta quinta-feira (9) que a base governista vai permitir a instalação da CPI da Petrobras na próxima terça-feira (14). A sessão de instalação está marcada para as 15h. Jucá afirmou, porém, que o governo não pretende dividir o comando da CPI com a oposição.

CARREGANDO :)

"O governo vai ficar com a relatoria e a presidência. Não há negociação com a oposição," afirmou Jucá. Segundo ele, a instalação da CPI atende a uma "convocação" do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Até a próxima terça, segundo o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), o partido deve decidir com o PMDB os nomes dos indicados para os cargos de relator e presidente da comissão. Cabe aos dois partidos apresentar os senadores que ocuparão os cargos de comando da CPI.

Publicidade

"O governo não tem medo da CPI da Petrobras. Por isso, atendendo uma convocação do presidente Sarney, a base governista decidiu marcar a instalação da CPI para a próxima terça", disse Jucá.

A pressão pela instalação da CPI aumentou em função de reportagem publicada nesta quinta pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Segundo a reportagem, a Fundação José Sarney – entidade privada instituída pelo presidente do Senado para manter um museu com o acervo do período em que foi presidente da República – teria desviado para empresas fantasmas e outras da família do próprio parlamentar dinheiro da Petrobras, repassado em forma de patrocínio, para um projeto cultural que nunca saiu do papel.

Na reunião desta quinta, que ocorreu no gabinete da liderança do governo, os senadores da base governista também decidiram divulgar manifestação na qual "lamentam a postura de agressão da oposição".

"Lamentamos a postura da oposição principalmente em relação ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Queremos afirmar que a base do governo está unida e que ninguém vai ganhar no grito", afirmou Jucá, fazendo referência a discussão que Suplicy travou com Tasso Jereissati (PSDB-CE) na tarde de terça-feira (7), no plenário do Senado.

Nesta quarta-feira (8), como forma de pressionar a base governista a instalar a CPI da Petrobras, a oposição anunciou a intenção de protocolar um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a instalação da CPI.

Publicidade

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse nesta quinta que vai manter sua palavra e reconduzir o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) à relatoria da CPI das ONGs e vai renunciar à intenção de instalar uma CPI para investigar irregularidades no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A base aliada condicionava a abertura da CPI da Petrobras à devolução da relatoria da comissão das ONGs. A oposição também não deve entrar com mandado de segurança no STF.

Veja também
  • Fundação Sarney é suspeita de desviar verba da Petrobras
  • Denúncias contra Sarney "impõem" CPI da Petrobras, diz senador
  • Oposição vai recorrer ao STF e obstruir votação da LDO pela instalação da CPI da Petrobras
  • Em nota, PT volta a sugerir licença temporária de Sarney
  • Senado anuncia corte de 29 diretorias e redução de 40% nos gastos
  • Lula diz não ver crise, só "uma divergência" no Senado