O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) disse nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o direito de fazer críticas ao PT, mas que, no momento, as críticas deveriam ser feitas internamente. Ele é o primeiro petista a rebater Lula publicamente. Ressalvando que não falava como líder do partido, mas como petista, Guimarães disse ainda discordar dos que afirmam que o PT “está no fundo do poço” ou no “volume morto”. Para ele, a perspectiva eleitoral do PT no Nordeste é muito boa.
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“O Lula tem todo o direito de criticar o que ele quiser, ele é ex-presidente da República, não me estresso com essas coisas. Só posso dizer que a perspectiva do PT no Nordeste é muito boa. Quem fica apregoando essa história do PT está no fundo do poço, está no volume morto ou coisa que o valha... vamos esperar as eleições. Já vi tantas previsões feitas e não realizadas, vamos aguardar 2016”, disse Guimarães.
Segundo o líder, a preocupação neste momento tem que ser com a retomada do crescimento econômico brasileiro. “Quem ganha a eleição é economia, é bolso, não é nada de outra coisa. Se a economia retoma o processo de crescimento em 2016, não tenho a menor dúvida que vamos sair bem. Tem muita água para rolar ainda, muita coisa a ser feita”.
Indagado se as críticas de Lula são críticas pertinentes, Guimarães respondeu: “No momento, internas e não públicas”.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), próximo de Lula, rebateu as declarações do líder do governo na Câmara de que o ex-presidente deveria ter feito as críticas internamente. “Não me venham querer silenciar o Lula. O que o Lula falou foi fundamental, é preciso dar uma chacoalhada no PT. Ele quer um partido mais vivo, tentou animar o PT, reaproximá-lo dos movimentos sociais. Foi importantíssimo”, disse o senador.
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), minimizou as críticas, destacando que para ele foram mais uma “provocação no bom sentido” à militância do PT. Para Sibá, não há rompimento, sequer distanciamento entre Lula e Dilma, embora possa ter “gente torcendo por isso”. “Não vejo como críticas, mas como uma provocação, um chacoalhão na militância. Eu estava lá, ele falou para nós, militantes, que estão em casa, assistindo pela TV. Fez avaliação década por década, lembrou da proatividade do PT e disse que, à medida que o partido vira governo, a militância cria costume. Pensa na gestão e não debate mais o projeto”, disse Sibá Machado.
O ex-presidente vem fazendo críticas contundentes ao governo Dilma desde o fim da última semana. No sábado, Lula disse, entre outras coisas, que a aprovação da presidente estava “no volume morto” e que ela municiou a oposição quando disse na campanha que não mexeria no direito dos trabalhadores “nem que a vaca tussa”, mas está realizando um ajuste fiscal. Na segunda-feira, em encontro no Instituto Lula, o ex-presidente disse ainda que o PT está “velho”, “perdeu a utopia” e que só está interessado em cargos.
Vice-líder do PSDB, o tucano Nilson Leitão (MS) ironizou as críticas feitas por Lula. “O PT é o próprio presidente. Se o Lula mudasse de nome ele se chamaria PT. Agora, deu PT no Lula. Esse é o problema. E agora querem fazer essa mudança”.
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