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Reunido durante toda a tarde desta segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Comissão Política do PT, o líder do partido na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), disse que os petistas abriram mão de espaço no futuro ministério. De acordo com Sério, o partido não falou sobre cargos durante o encontro.

- O PT não discutiu nomes, não indicou nomes. Conversou com o presidente a conjuntura e o momento.

O líder disse ainda que é "um prazer" sentar e conversar com o presidente.

- O PT apóia o presidente nas decisões que ele achar conveniente. Essa é uma das nossas obrigações - garantiu.

As declarações do líder são desvinculadas dos últimos acontecimentos. Na semana passada, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, chegou a se reunir duas vezes com Lula para tratar do espaço da legenda. Mas as versão de Luiz Sérgio sobre o encontro não coincide com as declarações feitas pela deputada Maria do Rosário (RS) antes do encontro. Ao chegar à reunião com o presidente, a deputada disse que o partido apóia a coligação que o governo está fazendo com outros partidos, mas pretende manter seu espaço - ou seja, o contrário do que disse Sérgio.

O líder do PT chegou a dizer que o partido não tratou do nome da ex-prefeita Marta Suplicy para ocupar uma vaga no ministério. Sérgio afirmou que o partido nunca havia externado esse nome, contradizendo o presidente do PT, que, há duas semanas, disse claramente que o partido defendia o nome de Marta para ocupar uma pasta.

- Não é nosso papel, como parlamentares ou dirigentes do partido, pressionar ou cobrar algo do presidente. O que expressamos é que o presidente tem nosso apoio incondicional, inclusive para abrir mão de pastas. O nome de Marta não foi mencionado na reunião. Há uma certa concentração no nome dela - disse Luiz Sérgio.

Pela manhã, a Executiva Nacional do partido se reuniu para fechar os nomes que serão apresentados a Lula. O Campo Majoritário, que tem o comando do PT, quer Marta no Ministério de Lula, mas ainda não informou se aceita o Turismo, que incorporaria a Infraero, hoje na estrutura do Ministério da Defesa.

Outras tendências do partido, porém, como o Movimento PT, da qual faz parte o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), também buscam espaço no Ministério e não formam consenso em torno do nome de Marta. Chinaglia voltou a dizer nesta segunda que o PT tem legitimidade para pedir mais espaço no governo.

Na reunião de coordenação de governo , na manhã desta segunda, o presidente disse aos ministros que, nesta semana, ele continuará conversando com os partidos alidados para fazer os ajustes na equipe ministerial.

Além de estabelecer os novos ministérios do PT, Lula precisa bater o martelo sobre que nomes do PMDB e do PDT integrarão a Esplanada. Lula também precisa decidir quem será o substituto do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. O nome mais cotado é o do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que poderá ser substituído pelo atual ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia.

Até agora, o Palácio do Planalto ainda não confirmou a reunião de Lula com o presidente reeleito do PMDB, Michel Temer (SP), também para tratar de reforma ministerial. Fortalecido pela vitória na convenção nacional do partido, Temer gerou entre os aliados a expectativa de garantir mais um ministério para o partido, além do da Integração Nacional.

Os senadores do PMDB indicaram os ministros das Comunicações e de Minas e Energia, além de cargos em estatais. A pasta da Saúde, que deverá ser ocupada por José Gomes Temporão, um sanitarista ligado ao governador do Rio, não entra nessa contabilidade, já que é uma escolha técnica de Lula. O deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) está certo para a Integração Nacional, mas a bancada quer mais um ministério. A segunda pasta para o PMDB da Câmara, segundo os peemedebistas, pode ser a da Agricultura - para a qual pode ser indicado Waldemir Mocca (MS) - ou do Turismo - disputada por vários candidatos, entre eles Eunício Oliveira (CE), Eliseu Padilha (RS) e Tadeu Filipelli (DF).

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