Até aliados fazem exigências para apoiar CPMF
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), deu a senha: disse nesta quarta-feira que o momento é de agradar à base aliada na discussão sobre a prorrogação da CPMF, depois que o PSDB rejeitou o pacote de propostas oferecido pelo governo. E pelo menos dois partidos aliados aproveitaram o vácuo e resolveram cobrar caro pelo apoio. A bancada do PMDB no Senado, por exemplo, decidiu fechar questão a favor da prorrogação da CPMF, mas com a exigência da redução da alíquota de 0,38% para 0,36% já em 2008, mesma reivindicação feita pelo PDT. Leia matéria completa
Governo propõe dedução da CPMF do Imposto de Renda
O governo apresentou nesta quarta-feira ao PSDB, durante almoço entre ministros e líderes governistas com caciques tucanos, no Ministério da Fazenda, uma proposta envolvendo oito pontos para convencer o partido de oposição a votar a favor da prorrogação da CPMF até 2011 no Senado. O pacote inclui o repasse de R$ 24 bilhões do imposto para a saúde, de acordo com o ministro José Gomes Temporão, e conta com uma novidade: a dedução do imposto de renda das pessoas físicas dos gastos com a CPMF. Pela proposta, estarão isentos do imposto quem tem rendimento de R$ 1.642. Leia matéria completa
A líder do bloco do governo (PT, PSB, PP, PCdoB, PR, PRB e PDT), Ideli Salvatti (PT-SC), admitiu nesta sexta-feira (9) que poderá retirar da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) para garantir a aprovação da CPMF. "É uma votação estratégica. Eu espero não precisar fazer isso. Mas não podemos ficar refém de uma posição", admitiu.
A petista terá uma conversa decisiva com Mozarildo Cavalcanti na segunda-feira (12). Após o encontro, caso o parlamentar mantenha a posição contrária à aprovação da prorrogação da CPMF até 2011, Ideli deve apresentar requerimento à Mesa Diretora para trocar Mozarildo pelo senador Romeu Tuma (PTB-SP) ou pelo senador César Borges (PR-BA).
Ambos já manifestaram interesse em retornar à comissão. No entanto, as chances de Tuma são maiores, já que o mesmo pedido está sendo feito pelo líder da bancada, senador Epitácio Cafeteira (PTB-PB).
Sem espaço
Mas o senador Mozarildo Cavalcanti praticamente inviabilizou o espaço para uma negociação com o governo com o objetivo de votar favoravelmente à prorrogação da CPMF até 2011. "Só aceito se o governo prorrogar a CPMF por mais um ano e depois acabe com ela para fazer uma reforma tributária", afirmou.
A proposta dele é descartada pelo Palácio do Planalto. No início das negociações entre o PSDB e o governo, os tucanos apresentaram proposta no mesmo sentido à equipe econômica, que foi rechaçada imediatamente pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O governo acena apenas com uma redução da atual alíquota que incide sobre as movimentações financeiras. Na idéia do governo, a CPMF passaria de 0,38% para 0,36%, em 2008. "Não mudo de posição. Até a votação do plenário, o governo pode ceder", avalia Cavalcanti.
Expulsão
O petebista admite que existem rumores para expulsá-lo da Comissão de Constituição e Justiça para que a vaga seja ocupada por um parlamentar alinhado com o governo.
"Sei dos rumores. Mas ninguém chegou com esta informação. Vamos conversar na segunda-feira", disse o petebista.
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